29 de setembro de 2009

Polaridade - A Cura Através das Mãos

Por Richard Gordon

Certa vez um menino se deparou com uma pequena semente em sua mão. Ele plantou a semente e ela germinou. Passadas algumas semanas, ele disse: "Olhem, aquela semente se transformou numa videira verde". Poucos dias mais tarde a videira começou a apresentar brotos graciosos. Então o menino comentou: "Ah, então esta é uma vinha verde com lindos brotos". Ele acreditou nisso até chegar o verão, quando a planta fez aparecer centenas de flores douradas, amarelas, azuis, vermelhas e laranja. "Agora eu sei o que é isto", disse o menino. "E uma vinha verde com lindos brotos produzindo muitas flores de cores brilhantes." Na estação das chuvas, porém, a vinha estava coberta de frutas de cor púrpura, de sabor esquisito.

A polaridade, para mim, é como aquela vinha: cada vez que eu a redescubro ela se torna mais maravilhosa. Descrevê-la a pessoas que nunca a vivenciaram é como descrever pedras raras a pessoas que nunca tiveram contato com elas. E como tentar descrever cores a um homem cego. Essas pessoas podem ter uma vaga idéia do que é dito, mas até que elas entrem em contato com os objetos, não compreenderão. Saber que há alguma coisa que eu posso dar, alguma coisa que flui através das minhas mãos e que ajuda outras pessoas a experimentar vida e saúde mais amplamente,tem sido uma fonte de enorme felicidade para mim. Por isso eu nunca me sinto impotente perante um amigo com dor. Olhar para trás e perceber como fiquei surpreso quando aquela pequena semente que eu plantei começou a crescer, brotar e florir tão rapidamente é notável.

Na época de colégio eu sentia que meus estudos eram muito abstratos para nutrir diretamente minha vida. Eu queria ser capaz de personalizar o que estava aprendendo e expressar o meu potencial criativo, e não simplesmente exteriorizar fatos com a finalidade de passar nos exames. Minhas intenções eram criar um estilo de vida simples e gratificante para expressar minha vida com amor e honestidade, deixar os meus medos para trás e explorar os mistérios dentro e fora de mim. Com esse objetivo deixei o colégio para cursar um estudo independente e, nestes últimos dez anos, tenho estado profundamente envolvido no movimento de crescimento pessoal. Mas meu interesse na cura natural e no equilíbrio de energia polarizada começaram somente quando eu me conscientizei completamente da minha própria saúde.

Da Califórnia mudei-me para as montanhas do México, acima da cidade de Tepoztlán. O povo dali tinha um espírito encantador, livre da velocidade neurótica e da paranóia com as quais eu tinha crescido por mais de duas décadas em Los Angeles. Durante esse tempo eu estudei ioga, nutrição, ervas, jejuns e escritos espirituais. Para complementar minha educação, fui para a Escola Christos de Cura Natural, em Taos, Novo México, e estudei com o Dr. William LeSassier, ND. Estudamos ervas medicinais e técnicas terapêuticas, tais como acupressura, reflexologia, shiatzu, massagem muscular profunda, massagem linfática e adaptações selecionadas quiropráticas, assim como métodos de relaxamento, visualização e meditação para cura. Quando nos foi apresentada a polaridade não surgiu em mim nenhuma esperança especial, já que todas aquelas diferentes técnicas eram fascinantes.

Após três dias de estudos sobre a polaridade acordei muito fraco, quando então, naquela mesma manhã, minha amiga Valerie se ofereceu para me dar uma sessão completa de polaridade. Valerie trabalhou em mim por quarenta minutos, e a polaridade transformou o meu desânimo em total bem-estar, fato que me deixou profundamente impressionado.

Aprendi, então, que o sistema de polaridade tem uma visão integral para com a saúde e para com o curar. Isto significa que a polaridade lida com o todo da pessoa: pensamentos e atitudes, necessidades de nutrição, exercícios especiais conhecidos como "ioga polarizada" e, é claro, a sessão polarizada para condicionar o corpo em sua auto cura. Devo admitir que, logo que comecei a dar sessões de polaridade, encontrei dificuldades em acreditar que, pelo simples fato de pousar minhas mãos sobre alguém, poderia ser útil a essa pessoa. Estava certo que somente uma pessoa dotada poderia curar outras com suas mãos. E apesar do meu ceticismo, que durou mais de ano, efetivamente obtive bons resultados.

Uma semana após completar a sessão geral de treinamento de polaridade, encontrei uma mulher com uma forte dor, que o médico diagnosticara como resultante de gravidez tubária. Então disse a ela que eu acabara de aprender um método chamado polaridade, que poderia ajudá-la a relaxar. "Qualquer coisa", ela respondeu. "Eu tentarei qualquer coisa!" Meia hora mais tarde ela dizia: "Eu não posso acreditar que estas sejam as minhas mãos! Eu não posso acreditar que estes sejam meus pés! Eu me sinto maravilhosa!"

Naquela mesma semana assisti a demonstrações do Dr. LeSassier sobre tratamentos no pescoço. Porém, o tratamento não estava podendo ser feito numa mulher, já que ela tinha muita tensão no pescoço. Nessas condições um tratamento completo requereria algumas semanas de massagem profunda. O pescoço dela doía após a demonstração, e por isso apliquei-lhe polaridade. Quinze minutos mais tarde chamei o Dr. LeSassier. Ele confirmou que os ossos do pescoço tinham voltado ao lugar e perguntou-me o que eu havia feito. "Eu apliquei a polaridade", disse. Desde então tenho testemunhado muitos exemplos onde ossos deslocados voltaram literalmente após uma sessão de polaridade.

Certa vez uma mulher veio a uma aula que eu estava começando. Ela disse que, apesar da assistência médica competente recebida nos últimos quinze anos, sua condição física progressivamente tinha se tornado pior. Ela estava desesperada por uma ajuda. Depois de dar ao grupo uma breve introdução sobre polaridade, selecionei cinco dos novos estudantes e formamos um círculo de polaridade em volta da mulher. Ao terminarmos, sua aparência era de ter remoçado dez anos. Sua face estava relaxada. Suas mãos pararam de tremer. Então, ela nos disse que nos últimos trinta anos não havia sentido tal paz, tal calma. Pela primeira vez, que se lembrasse, estava podendo deitar de costas sem pôr os joelhos para cima, no ar. E ela havia transpirado, sem o uso de remédios, pela primeira vez desde a infância. Uma semana mais tarde ela voltou para contar que um exame com raios X revelara que depois da sessão de polaridade metade da curva dupla em S, que ela tinha na espinha, tinha se corrigido.

Muitas vezes eu ficava surpreso e impressionado pela eficiência do método de polaridade. Uma mulher que estava com a menstruação atrasada em três semanas tinha o diagnóstico de infecção uterina. Comecei a aplicar-lhe polaridade e, enquanto trabalhava nos seus pés, quatro crianças quiseram me ajudar. Coloquei-as, então, nas várias posições do círculo de polaridade. Vinte minutos mais tarde sua menstruação começou, e ela se levantou muito aliviada. E contou que cada vez que uma das crianças a tocava ela sentia uma onda de luz dourada fluindo pelo seu corpo.

Durante uma palestra, eu estava fazendo demonstrações do movimento do ventre numa senhora de meia-idade. Quando parei o movimento senti uma energia enorme movendo-se através das minhas mãos. Então perguntei-lhe se ela sentira um formigamento no corpo. "Não", foi sua resposta. Porém, como a polaridade pode ser muito imprevisível mas sempre faz alguma coisa, perguntei se havia alguma parte do seu corpo onde ela sentia energia. "Sim", ela disse, "estou sentindo um formigamento em minhas mãos". "Há alguma razão pela qual suas mãos precisem de energia?", perguntei-lhe. Ela sacudiu a cabeça negativamente. Dez minutos mais tarde ela interrompeu a minha fala excitadamente para exclamar: "A dor da artrite em minhas mãos sumiu!" E ela não mencionara essa dor quando lhe perguntei, de tão acostumada que estava.

Com espanto, aprendi que a polaridade pode ser boa também para transtornos emocionais. Um exemplo extremo foi o de um homem que tomara LSD e começara a se sentir como um total fracasso na sua vida. Ele estava profundamente confuso e próximo da histeria. Depois de uma pequena polaridade, ele se sentou e disse que estava se sentindo muito melhor. "Eu estava exagerando a proporção das coisas", ele comentou. A polaridade o relaxou e o centrou, tirando a sua mente das fantasias mórbidas nas quais estava, sob a influência daquele poderoso alucinógeno.

Em outra ocasião em testemunhei o fato de um simples movimento de polaridade, o movimento do ventre, fazer maravilhas numa criança hiperativa, quando usado diariamente. Toda manhã, mais ou menos à mesma hora, esse menino perdia todo o controle a ponto de a terapeuta descrever o seu comportamento como histérico. Então ensinei à terapeuta o movimento do ventre: primeiro teria que agarrar o menino e forçá-lo a se deitar para que ela pudesse fazer o movimento. Após alguns minutos de polaridade o menino dormia profundamente por uma ou duas horas. Depois de acordar, ele estava relaxado e apto para se relacionar normalmente com outras crianças. Algumas vezes ele até se desculpava com os outros por seu comportamento rude. A terapeuta ficou tão impressionada que ensinou para a mãe do menino o uso do movimento do ventre com resultados gratificantes.

Os efeitos da polaridade, porém, nem sempre são instantâneos, ou tão radicais. Pessoas com condições crônicas muitas vezes precisam de uma série de sessões em conjunto com uma dieta aperfeiçoada, exercícios e, o mais importante, atitudes e emoções positivas. Algumas vezes uma pessoa pode sentir-se pior temporariamente antes de sentir uma melhora. Outras vezes pode aparentar não ter sido ajudada de maneira alguma.

Um de meus vizinhos foi um ótimo exemplo disso. Um dia ele deu um mau jeito nas costas ao fazer exercícios. A dor foi tão grande que ele não podia se virar. Então, dei-lhe uma completa sessão de polaridade, mas que acabou sem ele sentir alívio. Um pouco inquieto, entrei em contato com uma das minhas professoras e contei o ocorrido. "Oh, eu não te falei?", ela riu. "Leva mais ou menos vinte e quatro horas para a polaridade fazer efeito nas costas." E na manhã seguinte meu vizinho estava em frente de sua casa, cortando lenha.

O que eu contei aqui é apenas um pequeno resumo das muitas experiências que tive. Cada vez mais os efeitos da polaridade superavam as minhas expectativas, aumentando assim a minha confiança nela. Agora reconheço que todos nós temos o poder de assistência na cura não através de magia, mas através de uma simples ciência ampliada pelo nosso amor.

Fonte:
http://books.google.com/books?id=LrzJtG5AY5MC&lpg=PA12

- Veja também:
Formas Básicas de Preparo das Plantas Medicinais
Parto Ecológico, uma realidade possível

27 de setembro de 2009

Armazenagem de Sementes

Armazenagem de Sementes

As sementes têm a função de perpetuação e multiplicação das espécies. É o elemento principal no estabelecimento, expansão, diversificação e desenvolvimento da agricultura. As sementes iniciam nas flores, com a fertilização dos óvulos, ou seja, a recombinação genética de gametas masculino e feminino, estabelecendo uma variabilidade genética favorável à adaptação das espécies. Uma semente é um óvulo fertilizado e desenvolvido, com grandes diferenças físicas entre as espécies, porém suas semelhanças são muitas e talvez mais importantes. As sementes de alta qualidade possuem boa capacidade para germinar, emergir, produzir uma população adequada de plantas vigorosas e saudáveis, facilitando a implantação das culturas.
O termo qualidade aplicado à semente envolve quatro aspectos:

1 Genético
As características genéticas têm influência dominante na produtividade da colheita, pois é o conjunto do genoma que contém as qualidades específicas atribuídas a cada cultivar.

2 Físico
A qualidade física diz respeito à composição dos lotes, pois aqueles compostos apenas por sementes da espécie e cultivar escolhida, de tamanho uniforme facilitam o manuseio e influenciam na decisão do comprador.

3 Fisiológico
A qualidade fisiológica indica a capacidade das sementes germinarem e estabelecerem uma população adequada de plantas. É a qualidade mais considerada e avaliada pelos produtores e que causa maior preocupação, porque sementes sem qualidade fisiológica não servem para a semeadura.

4 Sanitário
A qualidade sanitária indica a presença, junto das sementes, de microrganismos patogênicos ou insetos, os quais podem ser carregados nas sementes, afetando o desempenho das plantas e a produtividade.

O grau de umidade exigido para a germinação varia entre as espécies. Sementes monocotiledôneas (Poáceas), como os cereais, devem atingir 35 a 40%, para que haja germinação. As dicotiledôneas (Fabáceas), devido às diferenças na morfologia e composição química só germinam após alcançar 50 a 55% de água.

A velocidade de reidratação é influenciada por fatores tais como a permeabilidade da cobertura da semente, o grau de umidade inicial, a temperatura e a área de contato semente/substrato. As variações de temperatura afetam não só o total de germinação, como também a velocidade e a uniformidade do processo. A temperatura ótima para a germinação das sementes é aquela em que o maior número de sementes germina no mais curto período, para a maioria das espécies cultivadas, encontra-se entre 20 e 30°C. Ao se reduzir a temperatura, a partir da ótima, reduz-se a velocidade de germinação, enquanto o aumento, em direção aos valores máximos suportados pela espécie, proporciona redução tanto na velocidade quanto no percentual de germinação. O oxigênio é necessário para o grande aumento na atividade respiratória exigida no processo de germinação e subseqüente crescimento e desenvolvimento da plântula. A atmosfera contém oxigênio suficiente (± 21%), para a germinação das sementes, este somente se torna limitante quando sua disponibilidade para o embrião é bloqueada ou impedida por um fator ambiental ou condição da semente, como o excesso de umidade no substrato e impermeabilidade da cobertura, respectivamente. A germinação pode não ocorrer devido à dormência, danos mecânicos severos ou deterioração das sementes.

O armazenamento tem por objetivo principal conservar as sementes de plantas de valor econômico, preservando a qualidade física, fisiológica e sanitária, para posterior semeadura no ano seguinte. Para tanto é necessário um local apropriado, seco, seguro, passível de aeração e de fácil combate a roedores, insetos e microrganismos.

O armazenamento inicia após a maturidade fisiológica, ainda no campo, quando inicia também a deterioração. Uma técnica simples para armazenar pequenas quantidas de sementes é quardá-las com grãos de arroz em potes de filmes fotográficos pretos. Os grãos de arroz absorvem a umidade e a embalagem preta impede a entrada de luz.

Deterioração
A deterioração inclui toda e qualquer transformação degenerativa irreversível, após a semente ter atingido seu nível de máxima qualidade.
A deterioração é:
·Inevitável
·Irreversível
·Variável entre espécies
·Variável entre lotes de uma mesma espécie
·Variável entre sementes do mesmo lote.

A deterioração da semente não pode ser evitada, porém a sua velocidade pode ser controlada até certo ponto, pelo emprego de técnicas adequadas de produção, colheita, secagem, beneficiamento e armazenamento. A redução do processo de deterioração a nível mínimo depende basicamente da espécie e das condições as quais cada lote foi submetido antes do armazenamento.

Como conseqüência do processo de deterioração, podem ocorrer nas sementes as seguintes alterações:
·Redução da velocidade de crescimento das plântulas
·Aumento da permeabilidade da membrana citoplasmática
·Redução da atividade de algumas enzimas
·Maior susceptibilidade a estresses
·Mudanças na respiração
·Alteração nas reservas alimentícia
·Alteração na cor
·Alteração na velocidade de síntese dos compostos

Princípios gerais do Armazenamento

1. O armazenamento não melhora as qualidades do lote de sementes, apenas as mantêm.

2. Temperatura e umidade são os dois fatores mais importantes no armazenamento. Quanto maiores esses fatores, maior será a atividade fisiológica da semente.

3. A umidade é mais importante do que a temperatura.

4. A cada 5,5°C de decréscimo de temperatura aumenta o dobro no potencial de armazenamento, no intervalo de 0 a 45°C.

5. A cada 1% de decréscimo na umidade, dobra o potencial de armazenamento, na faixa de 4 a 14%.

6. A umidade da semente é função da umidade relativa e em menor escala da temperatura.

7. As melhores condições para o armazenamento de sementes ortodoxas são clima frio e seco.

8. Sementes imaturas e danificadas não armazenam bem, enquanto as sementes maduras e não danificadas armazenam bem.

9. O potencial de armazenamento varia com a espécie.

Fontes:
http://www.ufsm.br/sementes/armazenar.htm

- Veja também:
Receitas com amendoim
A Cebola

25 de setembro de 2009

PRODUÇÃO DO ETANOL: Cana de Açúcar

Por Helder Vitor Terra

Para a produção do etanol são utilizadas como matérias primas muitas substâncias, dentre as quais substâncias açucaradas (melaço de cana, suco de frutas, e beterraba),substâncias amiláceas (milho,arroz,trigo e batata) e substâncias celulósicas (madeira e papel).
Vamos nos prender neste curso apenas a cana-de-açúcar; porque é uma planta abundante no Brasil, também porque possui uma produtividade muito alta e é a matéria prima mais simples e eficiente na produção do álcool.

O produtor deve escolher as variedade que melhor se adaptem ao solo,período de safra e clima de sua região,levando em conta as características de produtividade,riqueza de açúcar e facilidade de fermentação.

A cana-de-açucar adapta-se a uma ampla faixa de clima,desde latitudes 35°N a 30°S sendo normalmente plantada em altitude até 1000m do nível do mar.

A precipitação volumétrica anual mínima exigida é de 1.200mm ,com chuvas bem distribuídas.O solo deve ser leve sem excesso de umidade rico em matéria orgânica e minerais.Solos pesados ,argilosos e mal drenados são limitantes para o cultivo da cana-de-açucar.

PRINCIPAIS ESPÉCIES:

Saccharum officinarum:
Compreende as chamadas canas nobres ou tropicais caracterizadaas por seus altos teores de açúcar, porte elevado,colmos grossos e baixos teores de fibras.Essa espécie foi cultivada no Brasil até 1952, quando um epidemia da doença mosaico trouxe grande prejuízo aos canaviais.Pertencem a essa espécie as variedades: preta, rosa, riscada, roxa, cristalina, creoula, manteiga, caiana, sem-pelo e outras. São muito exigentes em clima e solos, além de sensíveis a doenças.

Saccharum spontaneum:
Apresenta colmos curtos, fino, fibrosos, praticamente sem açúcar, com sistema radicular bem desenvolvido, perfilhamento vigoroso e abundante.São muito rústicas,vegetando praticamente em qualquer tipo de solo e clima e é resistente à doença mosaico.

Saccharum sinensis:
Essa espécie inclui variedades da China e do Japão e caracteriza-se por alto porte, colmos finos e fibrosos, teor médio de açúcar, raízes abundantes e fortes.

Saccharum barberi:
Apresenta porte baixo ou médio, colmos finos, fibrosos e pobres em açúcar,sendo também suscetível ao mosaico.

Saccharum robustom:
Apresenta colmos muito altos (de até 10m), relativamente grossos,muito fibrosos e pobres em açúcar, sendo também suscetível ao mosaico.

Saccharum edule:
Abrange algumas espécies da Nova Guine e das Ilhas vizinhas. Caracterizada por apresentarem inflorescências empregadas na alimentação humana.

VARIEDADES

As variedades recomendadas resultam de cruzamentos entre as espécies .A escolha deve levar em consideração as características da variedade ,o meio que vai ser implantado o canavial e o período de fabricação do álcool.

O período de maturação é importante fator a ser considerado. As variedades devem apresentar maturação entre Junho a Novembro,ocasionando maior rendimento de álcool; período este geralmente usado para a fabricação do Etanol.

Classificadas em precoces, médias e tardias, de acordo com o período útil de processamento, ou seja, a época em que apresentam teores de açúcar mais elevados, as variedades atingem maturação entre maio e junho,de julho a agosto e setembro a novembro, respectivamente.

As precoces são apropriadas para o inicio da safra.Entretanto,dependendo de sua produtividade podem ser vantajosas para todo o período. O teor máximo de açúcar é alcançado de agosto a setembro, época em que começa a declinar. A colheita corresponde a 180 dias.

Já as variedade médias atingem brix (unidade de medida de percentual de açúcar) mínimo para corte entre final de julho e início de agosto,e o máximo,em setembro.Apresentam um período de colheita de 120 dias.
As denominadas tardias atingem o brix mínimo para processamento entre final de agosto e inicio de setembro. O período de colheita é curto ,em torno de 90 dias,e coincide com o final da safra.
Atualmente as variedades mais utilizadas para produção de etanol são:

RB765418
Precoce, rica em açúcar, não floresce e apresenta interior excelente (sem isoporizar). O periodo de safra é longo, e a cultura exige solos de fertilidade média a alta, produzindo melhor naquelas de textura leve. A variedade é resistente às doenças, ferrugem, escaldadura e carvão e tolerante a pragas. Sua despalha natural é media e apresenta um pouco de joçal no centro da bainha. O porte é semi-decumbente apresentando, muitas vezes, tombamento por ocasião da colheita.

RB739359
Variedade precoce, com inicio de colheita recomendado a partir de junho. Muito rica em açúcar, normalmente não floresce e apresenta excelente interior. Adapta-se a solos de baixa e média fertilidade, e o período de safra é de médio para longo. A produção agrícola é alta; porte ereto, com despalha natural media e presença de joçal. É sensível ao carvão, porém resistente a ferrugem e escaldadura e tolerante a pragas.

RB739735
De maturação média/tardia,com teor de açúcar alto.Não floresce e apresenta excelente interior.A produtividade é boa em diferentes tipos de solo,melhorando ainda mais naquelas de textura leve e que apresentam boa retenção de umidade.Produção agrícola alta.É tolerante às pragas e à escaldadura, resistente ao carvão e ferrugem.O porte é ereto e tem uma despalha natural, facilitando a colheita. Não apresenta joçal.

RB72454
Variedade de maturação média a tardia,que normalmente não apresenta florescimento. O índice de chochamento é baixo, sendo encontrado somente em canas florescidas. Rica em açúcar, adapta-se a diferentes tipos de solos produzindo melhor naqueles de textura leve. Aprodução agrícula é alta. É moderadamente resistente ao carvão, escaldadura e ferrugem e tolerantes a pragas. O porte dos colmos é semi-ereto, com despalha e colheita difíceis. Apresenta joçal.

SP71-1406
Variedade de maturação média a tardia, não apresenta florescimento. A proporção de açúcar é de média para alta, com bom interior e sem chochamento. A melhor época para corte é a partir do mês de agosto até o final de safra. É recomendada para solos de fertilidade média e textura leve. Tem crescimento vigoroso e apresenta boa produtividade, cana, planta e soca. Mostra parte semi-ereto e despalha natural, o que favorece o corte, não
apresentando joçal. É tolerante as doenças carvão e mosaico.

DIMENSIONAMENTO DO CANAVIAL

Os cálculos apresentados, foram realizados para uma produção média de 100 litros/dia de álcool etílico, com jornada de 8 horas e período de safra de aproximadamente 200 dias. Considerou-se um rendimento médio de 100 toneladas de cana por hectare(ha=10.000 metros quadrados) a média de rendimento é de 80 litros por tonelada.

Produção esperada: 100 x 200 = 20 000 litros/ano
Matéria-prima nescessária: 20 000/80 = 250 toneladas
Área anual de corte: 250/100 = 2,5 hectares
Área de renovação (20% da área de corte): 0,5 hectares
Área total (área de corte + área de renovação): 3 hectares

Fonte:
http://issuu.com/anselmocassiano/docs/fabrica_de_alcool_combustivel/14


- Veja também:
Vídeos Super adobe
Videos Banheiro Seco

23 de setembro de 2009

Como cultivar um pomar

Na implantação de um pomar caseiro ou comercial, o principal passo é o plantio da muda. A cova nunca deve ser de tamanho reduzido de maneira que caiba somente o torrão da muda, devendo ser feita com diâmetro e profundidade bem maiores para que as raízes novas se desenvolvam em terra bem solta e nutrida, o que influirá diretamente no desenvolvimento da copa. A seguir passamos algumas simples instruções para que o plantio resulte num desenvolvimento
satisfatório da planta.

Recomendamos que as covas sejam feitas nas seguintes dimensões: 60cm de diâmetro por 60 cm de profundidade, evitando se possível o uso de cavadeiras manuais. E aconselhável que a terra da superfície seja separada de um lado e a do fundo de outro, desfazendo bem os torrões.
Mudas com torrões pequenos podem ser plantadas em covas de 40cm x 40cm. Na adubação da cova não recomendamos o uso de adubo químico granulado ou esterco de galinha. No caso de uso destes produtos ou calcário, a muda deverá ser plantada pelo menos 30 dias apos a preparação da cova.

Em cada cova devera ser usado de 10 a 20 litros de esterco de curral bem curtido e 500g de farinha de ossos ou superfosfato simples. Na falta de esterco de curral usar 5kg de terra vegetal ou 2kg de húmus de minhoca. Em seguida puxar a terra da superfície para o fundo da cova juntamente com os adubos e misturar tudo, distribuindo bem.

Colocar por cima a terra retirada do fundo da cova. Nivelar bem a área da cova e fazer um buraco para colocar o torrão da muda, firmando com os pés ao redor da planta para que a terra não abaixe na irrigação. No caso do COQUEIRO ANAO, deixar o coco 2 a 3cm fora da
terra para não abafar a semente.

Após o plantio fazer o coroamento das mudas para reter melhor a água da irrigação que deve ser feita abundantemente para a acomodação das raízes. Também é necessário fazer uma cobertura morta ao redor da cova com capim seco, bagaço de cana, serragem podre, etc. para auxiliar na conservação da umidade. No caso das plantas cítricas a cobertura não deve ser colocada muito próxima do caule, o qual devera ficar bem arejado.

No plantio de mudas novas de ABACATEIROS e aconselhável fazer um sombreamento parcial das plantas para evitar possíveis queimaduras foliares nos meses mais quentes.

Após três meses do plantio, quando as plantas estiverem bem brotadas é sinal que as raízes já estão bem estabelecidas na cova, podemos então iniciar a adubação de manutenção com NPK 10-10-10 a cada três meses. Em plantas novas de 50 a 100g por vez, sempre na projeção da
copa da planta, não junto ao caule. Nas aplicações seguintes aumentar a dosagem para 150g, 200g, etc. de acordo com o porte da planta. Também é aconselhável fazer algumas aplicações de adubo orgânico: esterco de galinha curtido, húmus de minhoca, etc. aplicando anualmente no inicio das chuvas. Adubações foliares com micro-nutrientes também são necessárias, principalmente para as plantas cítricas.

As pragas mais comuns em pomares domésticos podem ser controladas com a utilização de produtos caseiros como, por exemplo:

EXTRATO DE FUMO + QUEROSENE:
Misture 100 g de fumo de corda desfiado em 1 litro de água deixando descansar por 12 horas. Juntar este extrato a 10 litros de água, 20 colheres (sobremesa) de querosene, três colheres (sopa) de sabão em pó biodegradável. Aplicar a mistura em pulverizações preferencialmente logo de manha ou bem a tarde, evitando a aplicação nas plantas em plena floração.
Em casos de pragas e doenças mais persistente é necessária a assistência de agrônomos especializados em fruticultura.

BICHOS NAS FRUTAS:
Os bichos que encontramos nas frutas são larvas da Mosca-dos-Frutos. A maneira mais fácil de combate-las é através de armadilhas para atrai-las. A armadilha mais comum é a feita com
garrafas plásticas nas quais são cortadas varias janelas verticais de 2cm x 5cm, colocando no fundo do recipiente uma calda feita com duas colheres (sopa) de açúcar ou glucose de milho e água suficiente para formar um liquido bem viscoso. As armadilhas devem ser distribuídas
na proporção de 1 para cada 10 arvores, quando as frutas estiverem bem granadas iniciando a maturação.

MUDAS ENXERTADAS: Em mudas enxertadas: citrus, pêssegos, nectarinas, pêras, mangas, acerolas, nêsperas etc, a poda dos brotos abaixo do enxerto deve ser feita periodicamente. Estes brotos são bastante vigorosos e podem predominar sobre a copa enxertada e futuramente
produzira frutos do porta-enxerto sem qualidade.

ESPACAMETO PARA PLANTIO (EM METROS):

Abacate: 8 x 8 ou 10 x 10
Abio: 6 x 6 ou 8 x 8
Abio Piloso: 6 x 6 ou 8 x 8
Acerola: 3 x 3 ou 3 x 4
Ameixa de Madagascar: 3 x 3 ou 4 x 4
Ameixa do Governador: 5 x 5
Ameixa do Japão: 4 x 4
Amora: 6 x 6 ou 8 x 8
Araca Amarelo: 3 x 3 ou 4 x 4
Araca Boi: 2 x 2 ou 3 x 3
Araca do Para: 6 x 6 ou 8 x 8
Araca Roxo: 3 x 3 ou 4 x 4
Araca Vermelho: 3 x 3 ou 4 x 4
Azeitona do Ceylão: 10 x 10
Biriba(Fruta do Conde): 6 x 6 ou 8 x 8
Cabeludinha: 4 x 4
Cainito: 8 x 8
Caja Manga: 8 x 8
Caja Mirim: 8 x 8
Calabura: 8 x 8
Cambuca: 8 x 8
Cambuci: 6 x 6
Canistel: 8 x 8
Carambola: 6 x 6 ou 8 x 8
Cereja do Rio Grande: 5 x 5
Ceriguela: 6 x 6
Coqueiro Anão: 8 x 8
Figo Roxo: 3 x 3
Framboeza: 2 x 2 1,5 a 3 entr.plantas
Frutiferas Citricas: 4 x 5 ou 5 x 6
Goiaba: 4 x 4 ou 6 x 6
Groselha do Ceylão: 5 x 5
Groselha da Índia: 6 x 6
Guabiju: 8 x 8
Guabiroba: 5 x 5
Inga: 8 x 8
Jabuticaba: 6 x 6
Jaca: 10 x 10
Jambolão: 8 x 8 ou 10 x 10
Jatoba: 12 x 12
Jenipapo: 8 x 8
Jua: 8 x 8
Manga: 10 x 10
Maracuja Azedo: 5 a 6
Maracuja Doce: 5 a 6
Nectarina: 4 x 4 ou 5 x 5
Palmito Doce: 2 x 2 ou 3 x 3
Pessego: 3 x 3 ou 4 x 4
Pimenta da Jamaica: 6 x 6
Pitanga: 5 x 5 ou 6 x 6
Pitomba da Bahia: 3 x 3
Pitomba do Norte: 8 x 8
Pupunha: 2,5 x 3
Roma: 3 x 3
Sapota Branca: 8 x 8
Sapota Preta: 6 x 6
Tamara: 8 x 8
Tamarindo: 8 x 8 ou 10 x 10
Uvas: 2 a 3 entre linhas
Uva do Japão: 6 x 6 ou 5 x 7 10 x 10
Uvaia: 6 x 6
Uvaia do Campo: 8 x 8

Fonte:
http://www.fazendacitra.com.br/dierberger/content/view/9/2/

- Veja também:
A Cebola
Receitas com amendoim

21 de setembro de 2009

Videos Furoshiki

Furoshiki é uma técnica nascida no Japão para tranportar objetos.
Vídeos selecionados:

- 風呂敷の包み方④ How to FUROSHIKI wrapping
como fazer mochila de duas alças
http://www.youtube.com/watch?v=PFGSCCg30Ms


- Superziper: furoshiki para frutas, bolas e afins
http://www.youtube.com/watch?v=QNPZf0oPdUw


- Superziper furoshiki bolsa de duas alças
http://www.youtube.com/watch?v=09nIZQyFsHY


- Superziper: furoshiki para todo tipo de garrafas
http://www.youtube.com/watch?v=X0Uy8b-7vVg


- FUROSHIKI : Simple Bag
mochila simples (em inglês):
http://www.youtube.com/watch?v=LIDBwbrdwv8



-Superziper: Furoshiki para livros, caixas e retângulos

19 de setembro de 2009

Calendário Lunar

Por Marsha Hanzi

Maria Thun é uma cientista austríaca (astrofísica, se não me engano) que gosta de comer rabanete. Como boa "alemoa"ela resolveu plantar uma fileira por dia para colher todos os dias. Como boa cientista de verdade-- ela observava as coisas sem preconceito-- ela percebeu que os rabanetes se comportavam diferentemente de dois em dois dias, aproximadamente. Uns eram pequenos com raízes grandes, outros folhudos, outros espichavam rapidamente, etc.

Desconfiando a lua, ela pesquisou a relação com lua cheia e minguante-- em vão. Dois anos depois percebeu a correlação com o transito da lua pelo zodíaco.

Lá se foram 30 anos de pesquisa. Ela hoje tem um vasto corpo de dados científicos sobre este calendário, levando as pesquisas até as próximas gerações (filhos de batatas plantadas em "dias erradas" produziam menos kilos do que filhos de batatas plantadas em "dias certos", mesmo ambos sendo plantados nos dia corretos...) O Instituto Biodinâmico em Botucatu tem várias publicações traduzidas dela...

Portanto este calendário não é crença, é pesquisado, e testado. Eu, como tenho também o impulso pesquisadora, testei no campo, plantando coisas no dia "errado" e no dia "certo", verificando a diferença...

Tenho percebido que os dias "semear" e os dias" mudar" podem fazer uma diferença muito grande... Recentemente semeei dois caixotes de sementes de pimentão, um no dia de "frutos" mas época de "mudar" ( sendo boa Ariana, não queria esperar ..) outro em dia de frutos, época de "semear".. Os dois caixotes nasceram no mesmo dia.. Parece que as semente no primeiro caixote esperaram a lua virar para nascer...

Isto não é crença, é observação, a própria matriz da boa ciência. Qualquer um de vocês pode verificar se funciona ou não-- acho que seria uma boa idéia. Portanto todo este bate-boca sobre ciência e crença popular não é apropriado em relação a este calendário lunar. E de qualquer jeito, pode ser verificado....

Tabela Lua-Espécie

x - Bom
xx - ótimo
0

Espécie Lua Minguante Lua Nova Lua Crescente Lua
Cheia
Alface 0 0 x xx
Abóbora 0 x x 0
Almeirão 0 0 xx 0
Alho xx 0 0 0
Abobrinha 0 x xx 0
Agrião 0 xx 0 0
Açafrão xx 0 0 0
Abacaxi 0 0 xx 0
Arroz 0 0 xx 0
Agrião 0 xx 0 0
Acerola 0 0 xx 0
Amedoim xx 0 0 0
Beterraba xx 0 0 0
Berinjela 0 0 xx 0
Batata-doce xx x 0 0
Bertalha 0 xx x 0
Banana 0 xx x 0
Batata-baroa xx x 0 0
Cenoura xx 0 0 0
Coentro 0 xx x 0
Cebolinha 0 xx 0 0
Couve-comum 0 xx 0 0
Couve-flor 0 0 x xx
Couve-brócolis 0 0 x xx
Chicória 0 0 x xx
Couve-chinesa 0 0 x xx
Cebola de cabeçaxx 0 0 0
Chuchu 0 0 xx 0
Caxixe 0 x xx 0
Café 0 0 xx 0
Coco 0 x xx 0
Espinafre 0 xx 0 0
Feijão-vagem 0 0 xx 0
Feijão-fava 0 0 xx 0
Feijão-comum 0 0 xx 0
Gergelim 0 0 xx 0
Goiaba 0 0 xx 0
Gengibre xx 0 0 0
Girassol 0 0 x xx
Jiló 0 0 xx 0
Mandioca xx x 0 0
Mostarda 0 xx 0 0
Milho 0 0 xx 0
Maxixe 0 0 xx 0
Melancia 0 0 xx 0
Melão 0 x xx 0
Maracujá 0 0 xx 0
Nabo xx 0 0 0
Pepino 0 0 xx 0

Fonte:
http://www.agrisustentavel.com/discussoes/dlunar.htm

- Veja também:
A Cebola
A Araucária

18 de setembro de 2009

Coberturas Naturais

Estabelecer um contato mais próximo com a natureza faz parte do estilo de vida atual, que redescobriu a força da terra, os poderes das pedras e as importantíssimas propriedades das plantas. Dentro desta nova e saudável concepção, a arquitetura oferece possibilidades para resgatar formas mais simples e naturais de se viver, entre elas, as coberturas naturais.
Optar por um revestimento natural para o telhado é uma forma de integrar a construção à natureza. Muito solicitado para casas de praia ou de campo, ele aparece também em regiões urbanas, cobrindo ambientes de lazer como varandas, quiosques, áreas de churrasqueiras, ou mesmo a casa inteira. Para obter um bom resultado, recomenda-se o uso de fibras tradicionais, como o sapé, a palha de santa fé, a piaçava e a palha de coqueiro. Num primeiro momento, pode parecer estranho que esse tipo de cobertura tão primitiva realmente proteja contra a ação da chuva, vento e do sol. Entretanto, ela mostra excelentes qualidades como isolante térmico e acústico. A água da chuva também não atrapalha, desde que a estrutura do telhado tenha declividade mínima em torno de 30 graus.
Uma das desvantagens da cobertura natural é o seu tempo de vida, em média, de três a quinze anos. Nos centros urbanos este fator é agravado pela poluição, obrigando a trocas mais freqüentes da fibra. Deve-se estar atento ainda quanto à proliferação de insetos como
baratas, aranhas e cupins. O risco de incêndio também é maior do que no telhado revestido por
telhas comuns. A única saída é instalar "splinders" (dispositivos para irrigação), que mantêm a fibra úmida, retardando a ação do fogo. Aliás, quando a cobertura natural for utilizada sobre
churrasqueiras, recomenda-se construir uma chaminé alta, coberta por um tubo de amianto ou tijolos. Normalmente a cobertura natural é associada a uma arquitetura de tendências rústicas. Mas ela pode ser combinada a outros estilos. Se a idéia é se aproximar o máximo da natureza, a estrutura do telhado deve ser de madeira, de preferência aparente. A presença do forro é
opcional e deve atender às expectativas estéticas para os ambientes internos, já que o visual do exterior está garantido. Em todo o Brasil há empresas especializadas em coberturas naturais,
mas poucas trabalham com todos os tipos de fibras. A dificuldade acontece porque normalmente só a mão-de-obra nativa da região de determinada folha ou palha tem conhecimento para realizar uma cobertura perfeita.

Piaçava
Original do Nordeste, esta fibra é colhida quando amadurece. A parte mais grossa é aproveitada para produzir vassouras e o restante é usado na confecção de coberturas. A piaçava é trançada em ripas de madeira, presas em caibros a uma distância de 17cm uma das outras. A
sobreposição das ripas compõe o visual interno da casa. Do lado de fora, a piaçava é penteada e fica lisa. A espessura final é de 8 a 10cm. Para cada 10m² de cobertura são necessários 100m de piaçava. O tempo médio de vida é de dez a doze anos.

Palha de Santa Fé
Encontrada nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, proporciona a aparência de uma massa compacta e flexível. A palha é arranjada em feixes de 30cm de comprimento, posteriormente presos com arame a ripas de 2,5 x 2,5cm. Por sua vez, elas são pregadas aos
caibros e separadas 20cm uma das outras. A espessura final da cobertura é de 20cm. Quarenta feixes de 10cm de diâmetro cobrem 1m². Durabilidade: dez a quinze anos.

Sapé
É natural de encostas e mais fácil de ser encontrado. Para compor a cobertura, os feixes de sapé são amarrados com arame ao ripamento já pregado em caibros. O efeito externo é semelhante ao da piaçava, com espessura de 10 a 15cm. Cada metro quadrado requer trinta feixes de
sapé com 10cm de diâmetro. Sua vida útil é de aproximadamente três anos.

Palha de coqueiro
Nativa dos estados do Norte e Nordeste, essa folha deve ser dobrada e presa nos caibros com arames ou pregos, formando uma estrutura que lembra um pente. Os pentes são sobrepostos um ao outro por cima da cobertura de madeira, a partir das bordas. A durabilidade deste
material está na faixa de dois a quatro anos.

Telhados de grama
Esse tipo de telhado oferece bom isolamento térmico em custa muito pouco, exige apenas a mão-de-obra de um dia de trabalho. O clima ideal para esse tipo de cobertura é o clima tropical.
Primeiro construímos a estrutura de madeira e bambu com uma inclinação mínima de 1:10. Para telhados com inclinação bem maior é bom usar bambus de espessuras variáveis formando uma base ondulada, evitando que a grama deslize. Pode-se ainda utilizar bambus na
direção contrária aos demais ou tela de galinheiro, assim podemos fazer uma inclinação bem maior. Prega-se uma tabua na vertical e coloca-se um plástico, para evitar infiltrações da água da chuva, fixado com uma ripa pregada nas tábuas do beiral. Ao longo da tábua, na parte mais baixa do telhado, coloca-se um tubo, furado a cada 20 cm, para drenar a água da chuva; cobre-se
esse tubo com brita para que não se entupam os furos da drenagem. Em seguida, cobre-se toda a cobertura com placas de grama. Pode-se ainda plantar flores coloridas para dar um aspecto mais agradável, tomando o cuidado de escolher gramas e plantas que resistam em pouca
terra. Em regiões aonde existam épocas de seca é recomendado deixarmos uma mangueira perfurada instalada na parte mais alta do telhado para regar.

Créditos:
Bianca Wachholz, Flávio Vinícius Schons, Gisele de Oliveira Fernandes Salvador, Pedro Bazzo de Espíndola

Fonte:
http://www.arq.ufsc.br/arq5661/trabalhos_2003-1/ecovilas/coberturas_naturais.htm

- Veja também:
Vídeos Super adobe
Princí­pios da Bioconstrução

17 de setembro de 2009

Como Controlar Formigas de Forma Alternativa

Por Cristiano Cardoso Gomes

Com as facilidades dos produtos sintetizados sobretudo inseticidas a cada dia tem sido menos convencional, controlar formigas de forma alternativa, primeiro por conta da deteriorização do conhecimento e segundo por tratá-las como inimiga. Nesse sentido é válido tercemos algumas considerações:

Os formigueiros tendem a ocorrerem em terrenos compactados, pois ao que nos parece a formiga esta inserida dentro do sistema com o intuito de ser as tombadoras naturais de terra, ou seja fazer aeração. Então, ao aparecer formigas é sinal de que meu terreno esta compactado ou desgastado.
Quando do trato da terra para cultivo, as formigas geralmente manifestam-se violentamente em direção aos plantios, isso ocorre por alguns motivos, o primeiro é a redução de alimentação, pois outrora tinha diversas colonizadoras (ervas daninhas) logo em seguida não mais tem, sendo o jeito atacar plantações a fim de sobreviverem; outra coisa é que as formigas não comem as folhas das plantas e sim em seus formigueiros produzem um fungo para sua alimentação, para elas é muito melhor um único tipo de folhagem, pois facilita o cultivo do fungo.
Não é demais relatar que formigas não gostam de terrenos com muita matéria orgânica, sendo assim a matéria orgânica (restos de culturas) pode ser utilizada para controlá-las.
Formigas são tão minúsculas que qualquer maior intempérie coloca sua qualidade de vida em jogo, nesse sentido utilize água na boca dos formigueiros, que com o tempo ele migrará.
Todos pensam que as formigas podem consumir tudo, o que não é verdade, algumas plantas podem ocasionar azedamento e não produção de seu alimento, sendo assim jogue gergelim ou plante na boca dos formigueiros isso ajudará a diminuir a quantidade delas, pois o gergelim exerce um prejuízo para elas.
Não é novidade para ninguém ver as formigas caminharem em trilhas, nesse sentindo a ONG Esplar alguns anos divulgou uma interessante técnica. Observe os caminhos das formigas e a noite cave um burraco e coloque uma lata cheia de água, que no outro dia estará cheia de formigas boiando.

Outra técnica muito eficaz e econômica e fazer levadas de água para o formigueiro, sendo assim ao chover o formigueiro inunda.
Uma planta camada Burra leiteira, de folha roxa muito utilizada na arborização de cidades também tem um bom efeito no controle de formigas, para utilizar jogue folhas sobre o formigueiro ou plante mudas próxima ao formigueiro.
As formigas adoram milho, então ao perceber o ataque delas às culturas cultivadas jogue sementes de milho no pé da cerca, com pouco tempo elas estarão deixando as folhas para levar as sementes.
Formiguas também apreciam muito farinha de mandioca, sendo assim quando perceber o ataque, que tal dar farinha para elas, não precisa ser muita, isso leva as mesmas a perderem o rumo.
Na natureza tanto existe a praga como o predador, vamos considerar inicialmente a formiga como uma praga então quem seria seus predadores,os mais conhecidos são o Tamanduá bandeira e o Tatu, que porém com os deflorestamentos quase não existem mais, porém uma solução é usar galinhas como predadoras, isso vai fazer bem ao seu roçado, pois, a galinha caipira é carnívora e precisa de insetos para sua sobrevivência.
Um outro método muito eficiente é usar calda de Agave, pegue 03 folhas de Agave macere e coloque misturada à água depois adicione na boca do formigueiro, isso destrói sua alimentação reduzindo suas possibilidades de desenvolvimento (crescimento).
Em regiões produtoras de farinha de mandioca pode aproveitar a manipueira e colocar na boca do formigueiro, que reduz drasticamente a quantidade delas.
Todos esses métodos já foram testados e tiveram diferentes graus de sucesso, todavia o que percebe ser mais eficaz é a prevenção. Daí a questão, como prevenir formigas? Utilizando o solo de forma equilibrada e aumentado a diversidade de culturas, o que na prática percebemos que quanto mais diversificadas menos o ataque de formigas.
Outra coisa muito importante, é que nunca devemos tratar a formiga como inimigo, mais sim como uma companheira de trabalho, pois, ela é como o inspetor, o chefe e nos aponta a direção que devemos seguir, mostra algo que esta ocorrendo de errado.
Os insetos tem um período de vida muito curto, e quando enfrentam situações de riscos é convencional só os mais resistentes sobreviverem o que termina nos levando ao uso de inseticidas químicos em doses cada vez maiores afim de controlar.Prática essa que causa problemas tanto para o ambiente como para nós. Então é preciso variar nos controles e tentar encontrar soluções que não agridam a vida humana e animal.

Fonte:
http://www.agrisustentavel.com/ta/formigas.htm

- Veja também:
A Cebola
Como cultivar um pomar

16 de setembro de 2009

Dissipando Mitos

Bom texto para conhecer os tipos de comunidades alternativas que existem.

Compilado do Fellowship for Intentional Communities, de outubro de 1996

O Que é Verdade Sobre Comunidades Intencionais:

1-Mito: Não há mais comunidades intencionais, elas desapareceram nos anos 60 e 70.

Fato: Nem tanto. Muitas daquelas comunidades sobreviveram e prosperaram e muitas comunidades novas tem sido formadas desde então. Uma significativa nova onda de interesse em comunidades intencionais tem crescido nos últimos anos.Nós listamos 540 comunidades intencionais na América do Norte na edição de 1995 de nosso Communities Directory -- acima de 300 em nossa edição de 1990/91. Várias centenas de comunidades (que se recusaram a serem catalogadas) estão em nosso banco de dados. Nós estimamos que são num total de vários milhares.

2.Mito: Comunidades intencionais são todas semelhantes.

Fato: Existe uma enorme diversidade entre comunidades intencionais. Muitas comunidades dividem terra ou moradia, mas o mais importante é que seus membros dividem uma comum visão e trabalham ativamente para levar avante seus propósitos comuns.
Contudo suas propostas variam largamente. Por exemplo, comunidades têm sido formadas para dividir recursos, para criar grandes famílias de vizinhos, para viver em um estilo de vida ecologicamente sustentável, ou para viver com os outros com quem conservam valores similares. Muitas comunidades são totalmente seculares, outras estão compromissadas com uma prática espiritual comum; muitas são espiritualmente ecléticas. Algumas estão focalizadas em valores igualitários e simplicidade voluntária, ou um trabalho mútuo de crescimento interpessoal. Ou rural homesteading (???) e autoconfiança. Muitas comunidades provém serviços, por exemplo ajudando refugiados de guerra, "sem teto", ou estimulando adultos ou crianças incapazes. Muitascomunidades operam conferências sobre assuntos rurais e centro de retiros, cura e centros de saúde, ou centros de educação para um "viver sustentável".

3.Mito: Comunidades intencionais são "comunas".

Fato: Muitas pessoas usam este termo reciprocamente, contudo, é mais provavelmente comumente usado o termo "comuna" para descrever uma particular espécie de comunidade intencional na qual membros vivem "comunalmente" em um senso econômico -- operando com uma comum tesouraria e dividindo o direito de posse de suas propriedades. Muitas comunidades intencionais não são comunas, embora algumas das comunidades mais ativas no movimento comunitário são comunas.

3.Mito: Muitos membros de comunidades são jovens – na faixa dos vinte anos.

Fato: Muitas comunidades são multi-geracionais. Nas centenas de comunidades norte americanas que temos conhecimento, muitos membros têm idade entre 30 e 60 anos, com alguns na faixa etária de 20 anos, alguns com 60 anos e outros mais velhos, e muitas crianças.

4.Mito: Muitos membros de comunidade são hippies.

Fato: Enquanto algumas comunidades de hoje podem traçar suas raízes no passado para a contra cultura dos anos 60 e 70, atualmente poucas identificam-se com o estereótipo hippie. (Além disso, muitas das características que identificam "hippies" de 25 anos atrás – cabelos longos, roupas brilhantes, consciência ecológica -- têm se integrado ao estilo de vida comum (estilo de vida principal).
No tocante à política, os membros de comunidade tendem ser da esquerda. Em termos de escolha de estilo de vida, eles tendem a trabalhar arduamente, a serem amantes da paz, uma consciência saudável, preocupação ecológica, e orientados para a família. Filosoficamente eles tendem a se voltar para uma forma de estilo de vida que aumente as suas opções para seus próprios membros, sem limitar a escolha dos outros.

5.Mito: Todas as comunidades estão fora do boondocks (???).

Fato: Enquanto 54% das comunidades catalogadas no Communities Directory de 1995 são rurais, 28% são urbanas, 10% estão situadas em região rural e urbana e 8% não especificaram.

6.Mito: Muitas comunidades intencionais estão organizadas ao redor de uma particular religião ou prática espiritual comum.

Fato: É verdade que muitos grupos têm um foco espiritual – e muitas das mais conhecidas comunidades históricas foram, tais como Amana e Oneida – de 540 comunidades norte americanas catalogadas no Communities Directory, 65% são seculares ou não especificaram, enquanto somente 35% são explicitamente espirituais ou religiosas.

7.Mito: Muitas comunidades intencionais têm uma forma de governo autoritário; eles seguem um líder carismático.

Fato: O contrário é verdade; a forma mais comum de governo é a democrática, com decisões feitas por alguma forma de consenso ou voto. De centenas de comunidades de que nós temos informação,64% são democráticas, 9% têm uma estrutura hierárquica ou autoritária, 11% têm uma combinação de democrática e hierárquica e 16% não especificaram. Muitas comunidades que formalmente seguem um líder ou um pequeno grupo de líderes têm mudado, nos últimos anos, para uma forma de governo democrático.

8.Mito: Todos os membros de comunidade pensam semelhantemente.

Fato: Pelo fato de que comunidades são por definição organizadas ao redor de uma comum visão ou proposta, seus membros tendem a conservar muitos valores e crenças em comum -- muito mais que divido em um típico grupo de vizinhos. Apesar disso, desagregações são uma ocorrência comum em muitas comunidades, como ocorre na sociedade comum. O objetivo da comunidade não é tanto eliminar conflitos, mas aprender a trabalhar com o conflito construtivamente.

9.Mito: Muitas comunidades são "cultos".

Fato: Muitos sociólogos e psicólogos sabem que a popular imagem do "culto" e "controle da mente" é distorcida. A American Psychological Association e a Society for the Scientific Study of Religion têm pesquisado que refutam a idéia de que religiões e outros grupos fazem sistematicamente lavagem cerebral em seus membros ou interferem com sua habilidade de pensar criticamente.
Embora o termo "culto" é usualmente entendido para identificar um grupo em que abusos ocorrem, seu uso freqüentemente diz mais a respeito do observador que do observado. Isto seria mais preciso se o observador dissesse "um grupo com valores e costumes diferentes dos meus; um grupo que me faz sentir não confortável e receoso". Muitas comunidades não são abusivas em relação a seus membros. As comunidades que são, especialmente aquelas inclinadas para a violência, podem atrair certa atenção o que falsamente implica que comunidades são geralmente abusivas. Em nossa experiência, a preponderante maior parte de comunidades seguem serenamente seus negócios e são consideradas bons lugares para se viver por seus membros – e bons vizinhos para pessoas que vivem ao redor delas.

10.Mito: Membros de comunidade têm pouca privacidade ou autonomia.

Fato: O grau de privacidade e autonomia em comunidades varia como a variabilidade das espécies de comunidades. Em algumas comunidades, indivíduos conservam suas próprias casas, sua própria terra e casa e têm sua própria independência econômica (talvez com divisão de facilidades, como em muitas cooperativas); seus grau de privacidade e autonomia está proximamente idêntico ao da sociedade ordinária. Contudo, em comunidades com estilo de vida espiritual ou religiosa (tais como monastérios ou alguns centros de meditação), privacidade e autonomia são tipicamente mais limitadas, como parte da proposta a partir da qual a comunidade foi organizada. Muitas comunidades estão localizadas no espectro entre estes dois pontos.
A tendência entre as comunidades intencionais que estão sendo formadas agora está mais direcionada para o controle individual que foi comum entre aquelas que foram formadas nos anos 60 e 70. Por exemplo, o segmento de maior crescimento entre o movimento comunitário é o co-housing (co-moradia), onde residentes desfrutam autonomia parecida com aquela de algumas idealizadas housing development. Encontrar um equilíbrio saudável entre as necessidades individuais e aquelas comunitárias é a chave para as comunidades dos anos 90 -- tanto para as comunidades intencionais como para sociedade ordinária em geral.

11.Mito: Muitos membros de comunidades intencionais vivem um estilo de vida pobre com recursos limitados.

Fato: Comunidades fazem uma variada escolha no tocante ao padrão de vida – algumas abraçam a simplicidade voluntária, enquanto outras dão a total ênfase ao acesso aos produtos e serviços da sociedade ordinária.
Comunidades tendem à fazer uma escolha cuidadosa à respeito do acúmulo e uso de recursos, decidindo o que está mais ajustado com a essência de seus valores. No tocante à escolha feita, quase todas as comunidades têm vantagem em dividir e das oportunidades da comum propriedade para permitir o acesso individual às facilidades e equipamentos. Eles não necessitam de sua própria privacidade ( por exemplo, ferramentas pesadas, máquinas de lavar, transporte de carga e em muitos casos... piscinas).
Em termos de acúmulo de material, comunidades desenvolvem-se como famílias: começam com recursos limitados, novas comunidades tendem à viver em simplicidade. Com a sua maturação, elas tendem à criar uma base economia estável e desfrutam um estilo de vida mais confortável – de acordo com seus próprios padrões.
Muitas comunidades estabilizadas (com 20 anos ou mais) têm construído impressionantes facilidades, algumas das quais são bastante inovativas em designer e materiais. O dinheiro para financiar estes benefícios têm vindo do sucesso dos negócios comunitários, alcançados a partir de manufaturados elétricos à produtos alimentícios, de serviços em computador à centros de conferência.

12.Mito: Muitas pessoas que vivem em comunidade estão fugindo de responsabilidades.

Fato: Muitas pessoas escolhem viver em comunidades porque esta oferece uma forma de viver que é diferente, em vários pontos de vista, da sociedade ordinária. Viver em comunidade não elimina toda responsabilidade diária, muitos membros comunitários criam famílias, mantém terras e reparam construções, trabalham para viver, pagam taxas, etc..
Ao mesmo tempo, membros de comunidade percebem seus estilos de vida com mais cuidado e satisfação que os da cultura ordinária e por causa disto -- e o aumentado tempo livre que resulta da fusão de recursos e de habilidades especializadas – muitos membros de comunidade sentem que eles podem engajar mais eficientemente com a sociedade ordinária. De fato, muitos membros comunitários estão profundamente envolvidos com sua sociedade ordinária de vizinhos e freqüentemente se oferecem como membros ou mesmo como líderes de várias organizações locais de mudança cívica e social.

Fonte:
http://www.geocities.com/Heartland/Creek/4760/dissip.htm
Original em inglês:
http://www.ic.org/pnp/myths.php

- Veja também:
A Comunidade Alternativa
Poder, Decisões e Governo

15 de setembro de 2009

ECOVILAS: UM DESAFIO

Tradução realizada por ecoLINKvillage de um trabalho de Robert e Diane Gilman

Desafio do bio-sistema
Desafio da construção ambiental
Desafio do sistema econômico
Desafio do governo
Desafio da coesão grupal
Desafio do sistema total

Pode ser difícil ser pioneiro de comunidades sustentáveis, mas não é impossível, ainda mais tem suas satisfações e recompensas.
De fato, numerosos grupos o intentaram por décadas. Para ver as dificuldades que esses pioneiros enfrentaram, vamos dar uma olhada aos variados desafios que a visão de ecovilas acarreta.
Sem dúvida, essas observações podem ajudar-nos a enfrentar os desafios que nos toquem no desenvolvimento de nossos projetos.

Desafio do bio-sistema

Para que a ecovila esteja integrada harmonicamente ao ambiente natural, é necessário encontrar-se maneiras amigáveis e ecológicas de:
- Preservar os habitat naturais da ecovila.
- Produzir alimentos, madeira y outros bio-recursos no lugar.
- Processar os resíduos orgânicos produzidos no lugar.
- Despejar a menor quantidade possível de resíduo tóxico.
- Processar resíduos líquidos.
- Evitar o impacto ambiental no lugar pelo uso e despejo de qualquer produto.

Desafio da construção ambiental

- Construir com materiais ecológicos.
- Usar fontes de energia renovável.
- Manejar os resíduos sólidos, líquidos e gasosos dos edifícios de maneira ecológica.
- Ter a mínima necessidade de transporte motorizado.
- Construir de maneira a criar menos impacto na terra e na ecologia local.
Para que a ecovila favoreça um sano desenvolvimento humano, é necessário que as construções:
- Tenham um bom equilíbrio entre lugares públicos e privados.
- Estimulem a interação comunitária.
- Ampare uma grande diversidade de atividades.

Desafio do sistema econômico

Para realizar o ideal da ecovila favorecer um sano desenvolvimento humano e seja completa, precisa que haja uma atividade econômica significativa. Para realizar o ideal de igualdade e não de exploração, que faz parte dos princípios de sustentabilidade, é preciso que as atividades dos membros da ecovila não dependam da exploração de outras pessoas ou lugares, nem da exploração do futuro no presente.
Algumas das questões que a ecovila irá enfrentar em relação ao sistema econômico, são:
-Quais são as atividades econômicas sustentáveis, no sentido de se sustentar aos membros da comunidade e são ecologicamente sustentáveis?
-Que partes da comunidade serão espaços em comum, que partes privadas?
-Como podemos ser simultaneamente eficientes economicamente e
ecologicamente, para reduzir tanto gastos como impacto ambiental?
-Qual é o modo mais apropriado de organização do trabalho para os negócios associados de a ecovila?
-Existem alternativas úteis, ou suplementos à moeda, para facilitar o intercambio econômico dentro e entre diversas ecovilas?

Desafio do governo

Como a economia, os ideais de igualdade e não explorações são ponto essencial, mas não nos dão uma idéia clara de como levar isso à pratica. Algumas perguntas úteis são:
-Como se tomarão as decisões, que métodos se utilizarão, para que tipo de decisões?
-Como se resolverão os conflitos?
-Como se farão cumprir as decisões da comunidade?
-Quais serão as funções e as expectativas da liderança?
-Como se relaciona a ecovila com o governo da comunidade vizinha?

Desafio da coesão grupal

Para poder manejar todos estes desafios, os membros da ecovila necessitam algo que os mantenha unidos, algumas bases de valores compartilhados e uma visão que lhe possa dar a coesão.
Desenvolver e manter essa coesão são outro nível de desafio, que irá despertar perguntas como:
-Qual é a relação apropriada entre unidade e diversidade?
-Que expectativas se tem com relação a valores, comportamentos ou práticas compartilhados no grupo?
-Até que ponto se desenvolve melhor essa proximidade?
-Como irá se relacionar o grupo com outros fora do grupo?

Desafio do sistema total

Se isto foi suficiente, ainda há um desafio mais profundo e imperceptível, no sistema total.
Um dos maiores desafios que enfrentam aqueles que intentam criar uma
ecovila é talvez que se necessitam transformações em tantas diferentes áreas da vida. Quase sempre os fundadores de comunidades intentam ou se sentem forçados a trabalhar todos os aspectos desta transformação simultaneamente.
Geralmente, todas estas transformações levam mais tempo e são mais
custosas do que se espera.
Ainda mais, cada área de transformação, interagirá com as outras de maneira imprevisível. Dentro do processo, os recursos financeiros, recursos emocionais e as relações interpessoais podem ser postas sob uma grande pressão. Quando os intentos de comunidade falharam, uma das razões foi geralmente porque o grupo intentou fazer demasiado e muito rápido com relação aos recursos à sua disposição.
O desafio do sistema total então, é de tomar um honesto sentido do alcance da empreitada, e logo desenvolver uma aproximação que permita à comunidade desenvolver-se a um passo sustentável.
Em outras palavras, "sustentabilidade" não é uma característica da comunidade terminada, tem que ser parte do pensamento e dos hábitos do grupo desde o começo.
Construir uma ecovila bem-sucedida requer equilíbrio de atividades entre três principais fases:
1) Recursos e desenho.
2) Criação - implementação.
3) Manutenção de cada uma das áreas de DESAFIO.
Tomar todos os desafios juntos pode resultar excessivo. Não é surpreendente que ainda não haja comunidades que consigam completar o ideal de ecovila. Se existem muitos projetos e grupos pioneiros que fizeram progressos consideráveis em aproximar-se em forma bem-sucedida a cada um destes desafios. Inclusive, algumas comunidades poderiam em poucos anos considerar-se ecovilas completas.
Aqueles grupos que atualmente estão dirigindo seus esforços para estes objetivos, tanto ao iniciar uma nova ecovila ou ao intentar transformar uma comunidade intencional já existente, felizmente não devem começar do NADA.

Fonte:
http://www.ufpa.br/permacultura/ds-o-desafio.htm
ou
http://permacoletivo.files.wordpress.com/2008/05/ecovilanet.pdf


- Veja também:

Poder, Decisões e Governo
A Comunidade Alternativa

14 de setembro de 2009

A Araucária

Araucaria angustifolia

Taxonomia
Ordem: Coniferae
Classe: Coniferopsida
Família: Araucariaceae
Espécie:: Araucaria angustifolia (Bertoloni) Otto Kuntze.
Nome comum: Pinheiro-do-Paraná, Pinheiro-Brasileiro, Brazilian Pine

Informações Botânicas

A) Reprodução:
Trata-se de uma planta dióica (há árvores femininas e masculinas), podendo ser monóica quando submetida a traumas ou doenças. Há predominância de pinheiros masculinos tanto em áreas de ocorrência natural, como em plantios (Bandel & Gurgel, 1967). A floração feminina ocorre o ano todo; já a masculina ocorre de agosto a janeiro. A polinização é predominantemente anemocórica (pelo vento) e, dois anos após esse evento, as pinhas amadurecem. Em plantios, a produção de sementes (pinhões) se inicia entre 10 e 15 anos; enquanto que nas populações naturais, essa fase se inicia a partir do vigésimo ano. Iniciado a produção de sementes, a árvore produz em média 40 pinhas por ano ao longo de toda sua vida (mais de 200 anos).

B) Descrição
A Araucária é perenifólia, com altura variando de 10 a 35 m e DAP entre 50 e 120 cm, quando adulta. O tronco é reto e quase cilíndrico; se ramificando em pseudo-verticilos, com acículas simples, alternas, espiraladas, lineares a lanceoladas, coriáceas, podendo chegar a 6 cm
de comprimento por 1 cm de largura. Possui casca grossa (até 10 cm de espessura), de cor marrom-arroxeada, persistente, áspera e rugosa. As flores são dióicas, sendo as femininas em estróbilo, conhecida popularmente como pinha e as masculinas são cilíndricas, alongadas e
com escamas coriáceas, tendo comprimento variando entre 10 e 22 cm e diâmetro entre 2 e 5 cm. Os pseudofrutos ficam agrupados na pinha que, quando madura, chega a pesar até 5kg. Cada quilograma contém cerca de 150 sementes, que perdem a viabilidade gradualmente em 120 dias.

Ecologia
O pinheiro-do-paraná, quanto ao grupo sucessional, é uma espécie pioneira e heliófila, que se estende sobre os campos, formando novos capoeirões, mas sendo beneficiada por leve sombreamento na fase de germinação e crescimento até 2 anos (Reitz e Klein,1966).
Considerando os aspectos fitossociológicos, a A. angustifolia apresenta regeneração fraca, tanto no interior da floresta, como em ambientes pouco perturbados, e ocorre associada às espécies dos gêneros Ilex (Erva-mate), Ocotea (Embuia) e Podocarpus (Pinehiro-bravo).
Mesmo sendo uma espécie exclusiva da Floresta Ombrófila Mista, o pinheiro-do-paraná ocorre em áreas de tensão ecológica com a Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Ombrófila Densa, bem como em refúgios na Serra do Mar e Serra da Mantiqueira. No decorrer dos
períodos geológicos, a A. angustifolia apresentou dispersão geográfica bastante diversa da atual, pois foram encontrados fósseis no Nordeste brasileiro (IBGE, 1992).

A araucária interage intensamente com a fauna, que constitui um elemento muito importante para a dispersão das sementes. Entre estes animais destacam-se os roedores e as aves. Alberts (1992) cita, entre os roedores, as cotias, as pacas, os ouriços, os camundongos e os esquilos. Entre as aves são citados o papagaio-de-peito-roxo (Solórzano ,1999), a gralha-picaça e, em Minas Gerais, Bustamante (1948) cita os airus, a gralha azul e os tucanos.

Madeira
O pinheiro-do-paraná apresenta madeira moderadamente densa, com densidade aparente de 0,50 a 0,61g/cm³, a 15% de umidade ; e densidade básica de 0,42 a 0,48g/cm³ (Jankowsky et al., 1990). A coloração da madeira é branco-amarelada e bastante uniforme, sendo o alburno pouco diferenciado do cerne. A textura é fina e uniforme e a grã é direita.
A madeira é facilmente atacada por fungos apodrecedores e cupins, porém é altamente permeável aos preservativos, facilitando o tratamento da madeira. Apresenta tendência à distorção e rachaduras, dificultando a secagem natural, e para se obter madeira de boa qualidade, é necessária a secagem artificial controlada (Jankowsky et al., 1990).
A madeira é de fácil trabalhabilidade, mas deve-se tomar cuidado ao aplainar ou resserrar a madeira de compressão, pois pode ocasionar distorções. É indicada para caixotaria, movelaria, laminados, tábuas para forro, ripas, caibros, lápis, carpintaria, palitos de fósforos,
formas para concreto, marcenaria, compensados, pranchas, postes e mastros de navios(Mainieri, 1989). Em aplicações rústicas, os galhos eram apenas descascados e polidos, transformando-se em cabos de ferramentas agrícolas. Vastas áreas de pinheirais foram cultivadas exclusivamente para a confecção de caixas e palitos de fósforos Os nós da madeira do pinheiro-do-paraná apresentam alto poder calorífico e, portanto, é um bom combustível. Já foi largamente usado
nas caldeiras de locomotivas e de embarcações. As cascas também possuem alto poder calorífico, por isso muito usada em fogões domésticos. Da sua madeira obtém-se a pasta de celulose que, após uma série de operações industriais, fornece o papel. A resina destilada fornece alcatrão, óleos diversos, terebintina e breu, para variadas aplicações industriais.

Usos Não-Madeireiros

A) Artesanato: o nó da madeira pode ser utilizado para confecção de utensílios domésticos, bem como matéria-prima para esculturas.

B) Uso medicinal: o costume popular indica que o pinhão combate azia, anemia e debilidade do organismo. As folhas cozidas são usadas no combate à anemia e tumores provocados por distúrbios linfáticos (Franco & Fontana, 1997). A infusão da casca mergulhada em álcool é
empregada para tratar "cobreiro", reumatismo, varizes e distensões musculares (Carvalho, 1994).

C) Recuperação de área degradada: utilizada para recomposição de mata ciliar, desde que o local não sofra inundações.

D) Alimentação: os pinhões constituem um alimento muito nutritivo e energético para alimentação humana, assim como para a fauna silvestre. No Estado do Paraná também é comum alimentar porcos domésticos com pinhões (Carvalho, 1994). Esta semente apresenta um valioso teor nutricional. Tanto que era a principal fonte de alimentação de algumas tribos indígenas do sul do Brasil. Sua polpa é formada basicamente de amido, sendo muito rica em vitaminas do complexo B, cálcio, fósforo e proteínas. Deixe-o cozinhar lentamente, para que a casca se abra e libere todas as suas qualidades de aroma e sabor.

Os índios paranaenses, coletores de alimentos, tinham o pinhão como um alimento por excelência e acabavam atuando como propagadores das florestas de pinheiros. Para a colheita, os índios botucudos tinham flechas especialmente adaptadas para derrubar as pinhas ainda presas.
A tal flecha chamava-se "virola". Os pinhões são ricos em reservas energéticas (57% de amido) e em aminoácidos.

Aspectos Silviculturais

A araucária apresenta adaptabilidade satisfatória às condições de luminosidade em plantios a pleno sol. Porém, o melhor desenvolvimento é alcançado quando, no período juvenil, as mudas são cultivadas em condições de sombreamento. Quando adulta, a espécie é fundamentalmente heliófita. O pinheiro-do-paraná tolera baixas temperaturas de até -5°C. A poda é indicada a partir do terceiro ano de plantio, caso a madeira seja destinada à laminação ou quando o DAP atingir 10 cm na inserção dos galhos. A desrama natural não é suficiente para obter madeira de
boa qualidade e sem nós, sendo necessária a desrama artificial (Hosokawa, 1976).
A regeneração do pinheiro-do-paraná é mais eficiente expondo-se as mudas a pleno sol e em solos de boa fertilidade, porém, algumas práticas silviculturais potencializam o desenvolvimento das plantas, quando adequadas ao sistema de implantação, tais como:

A) Semeadura direta no campo
Semeiam-se de 6 a 12 mil sementes por hectare e, posteriormente, faz-se a seleção deixando no campo as mudas mais desenvolvidas. Obs.: Os pinhões recém-germinados podem ser atacados por animais silvestres (aves e roedores), principalmente se a oferta dessas sementes estiver escassa no campo.

B) Plantio de mudas
Pode-se usar espaçamento 3,0 m x 1,0 m para formação da população inicial considerando-se o plantio em área com vegetação matricial arbórea. É aconselhável produzir as mudas a céu aberto, rustificando-as, dessa forma, para suportarem as condições de campo.

C) Regeneração natural
Por se tratar de uma espécie heliófila, recomenda-se a abertura do dossel para aumentar a luminosidade no interior da capoeira, favorecendo o crescimento da araucária.
A A. angustifolia apresenta crescimento lento até o terceiro ano. A partir de então, o incremento corrente anual em altura é de 1 m, em condições adequadas e, após o quinto ano, o incremento. em diâmetro é de 1,5 a 2,0 cm. Segundo Webb et al. (1984), o incremento volumétrico anual médio varia de 7 a 23 m³/ha/ano.

Pragas e Doenças

Dentre as pragas que atacam a araucária, os Lepidópteros são as mais agressivas. Dentre tais insetos, destacam-se: Cydia araucariae (danificam principalmente as sementes); Dirphia araucariae (destroem as acículas); Elasmopalpus lignosellus (lesiona o colo das plantas
jovens); Fulgurodes sartinaria (destroem as acículas). Os fungos são os principais causadores de doenças no pinheiro-do-paraná. Entre os quais, destacam-se: Armillaria mellea (provoca
armilariose); Cylindrocladium sp. (ataca plantas adultas, provocando amarelecimento e secando-as); Diplodia pinea (causa podridão) e Rosellinia bunodes (ataca plantas adultas, causando podridão-negra).

Produção de mudas em viveiro
A semeadura pode ser feita diretamente em recipientes, adotando-se saco de polietileno com dimensões de 20 cm de altura por 7cm de diâmetro, contendo, no mínimo, volume de 300 a 500 ml de substrato ou pode-se utilizar tubetes de polipropileno, com volume de 100 a 200
ml. O uso de recipientes com menor volume não é aconselhável, pois o pinheiro possui raiz pivotante bem desenvolvida, ou seja, a falta de espaço pode causar danos ao sistema radicular.
A repicagem não é recomendada.

Dormência e Germinação
A dormência é superada deixando-se os pinhões mergulhados em água à temperatura ambiente por 24 horas. Essa prática provoca embebição que facilita o rompimento do tegumento externo (brácteas) das sementes. O tempo de germinação para produção de mudas é muito desuniforme, podendo variar entre 20 e 110 dias e apresentar taxa de germinação de quase zero a 90% (Kunioshi, 1983)

Aspectos Mesológicos

A) Clima
Precipitação média anual: de 1400 a 2000 mm na Região Sul, com distribuição uniforme de chuvas e de 1200 a 2000 mm para a Região Sudeste, com chuvas concentradas no verão.
Temperatura média anual: de 13,2°C (São Joaquim-SC) a 21,4°C (Cianorte-PR).
Tipos climáticos de ocorrência: Clima tropical úmido, Clima subtropical úmido e Clima subtropical de altitude.

B) Solo
A Araucaria angustifolia é uma espécie muito exigente em condições de fertilidade e física do solo, principalmente para o fator profundidade. Os solos adequados para o cultivo do pinheiro-do-paraná são, portanto, os Latossolos Vermelhos com horizonte A bem desenvolvido, altos teores de cálcio e magnésio, profundos, friáveis, porosos, bem drenados, com boa capacidade de retenção de água e textura franca a argilosa (Hoogh, 1981).

O pinheiro ocorre naturalmente em solos originários de diversos tipos de rochas, como granitos, basaltos e sedimentares. Entretanto, as condições de solo que mais afetam o crescimento dessa espécie, são: deficiência de nutrientes, toxidez por alumínio e profundidade do solo, quando inferior a 1m. Lençóis freáticos a menos de 90 cm de profundidade tornam-se restritivos ao crescimento do pinheiro (Bolfini et al., 1980).

OBS: É uma espécie resistente, tolera até incêndios rasos em razão de sua casca grossa que faz papel de isolante térmico. A sua exploração indiscriminada colocou-a na lista oficial das espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção (Brasil, 1992).

Fontes:
http://www.jardimdeflores.com.br/floresefolhas/A20pinhao.htm
http://www.ipef.br/identificacao/araucaria.angustifolia.asp

- Veja também:
A Cebola
Farinha de cascas de ovos

13 de setembro de 2009

Exemplo de Acordos Comunitários

Registro de Decisões, Comunidade Buffalo Creek

O trecho a seguir foi retirado do Registro de Decisões da Comunidade Buffalo Creek (não é o nome real) e ilustra os tipos de acordos que uma comunidade em formação faz nos seus primeiros estágios, antes de iniciar a procura pela terra. A Visão da Buffalo Creek era de viver numa comunidade focada na espiritualidade e em profundas conexões de amizade, no meio rural. Enquanto eles faziam atas detalhadas de suas reuniões, este documento registrava apenas suas decisões, por datas. Eles usavam este documento como uma "memória do grupo" quando consideravam novos assuntos, e para orientar os visitantes e novos membros do grupo.

15 de Setembro: Batizamos a comunidade de "Buffalo Creek". Nossa ênfase é na conexão pessoal com o outro, com a comunidade vivendo como um "sub-sistema" disto.

21 de Outubro: Cinco critérios determinam um membro ativo da comunidade:
1. Estar em sincronia com os Acordos e Declaração da Missão da Comunidade Buffalo Creek;
2. Ter pago US$ 150 (ou US$ 75 para lista de espera);
3. Participação em pelo menos um grupo de trabalho ativo e nas reuniões gerais.
4. Não perder mais do que duas reuniões gerais consecutivas; e
5. Pré-qualificação financeira para comprar um lote e construir uma casa.
Membros ativos estão autorizados a reservar uma unidade habitacional, participar das tomadas de decisão, e acessar nossa biblioteca de empréstimos.
Pelo menos um terço da quantidade total de famílias serão reservada para famílias com crianças abaixo de 16 anos.
Todas as reuniões são abertas e todos podem comparecer. Membros não-ativos podem ser solicitados a apenas observar nas reuniões. Eles não participaram do consenso ou outros processos de tomada de decisão.
Se houver uma votação, cada família terá direito a um voto, o qual poderá ser repartido se os membros desta família quiserem votar diferente uns dos outros.
Número de família que pretendemos alcançar: 24.

16 de Dezembro: Nós pagaremos pela entrada na compra da terra somente quando formos 24 famílias ativas.

19 de Janeiro: Uma família pode vender seu lugar (3º, 16º, etc.) na lista de membros. Se um lugar vagar, todas as famílias seguintes subiram um lugar na lista.

16 de Março: A Lista de Espera é limitada a 50% dos membros ativos.
Por exemplo, poderão haver 12 membros na lista de espera quando houver 24 famílias ativas.

20 de Abril: Para qualquer decisão a ser tomada por toda comunidade, dois-terços das famílias devem concordar com a decisão. Uma decisão feita por consenso será considerada a atender os requisitos da regra de dois-terços.

18 de Maio: A Equipe de Coordenação terá autoridade para aprovar, através de decisão por consenso, despesas de até US$ 500. Se sua decisão não for unânime, ou se a despesa for superior a US$ 500, ela deverá ser trazida ao grupo inteiro para aprovação.

15 de Junho: Nós estabelecemos um Fundo de Depósito. De cada família ativa da comunidade será solicitado, a partir de 1 de Agosto, um depósito de US$ 250 a cada trimestre, para o Tesouro da Comunidade, a ser guardado para utilizar nas despesas de aquisição da terra, incluindo, mas não limitado, a contratação de profissionais, legalizações, ou outros. Mais adiante, estes "depósitos-forçados" serão guardados numa conta de aplicação segura.
As decisões primárias de nossa próxima reunião envolverão criar uma "cláusula de afastamento" para qualquer membro ativo que deseje deixar o grupo Buffalo Creek, assim como uma "cláusula padrão" para qualquer membro ativo que não realize os pagamentos trimestrais.


"Ode" de Respeitos e Responsabilidades: Comunidade Alternatives Society

Membros da Comunidade Alternatives Society, que vivem em seus próprios apartamentos no centro de Vancouver bem como numa fazenda na parte rural, chamam este acordo de "ode", em vez de um "código" de comportamento, porque isso soa mais poético e menos burocrático. Eu sugiro utilizar isto como um estímulo para refletir quando você considerar os assuntos de quaisquer acordos comportamentais que seu grupo faça.

Sete Áreas de Respeito

1. Respeito pelos limites pessoais, tocar os outros apropriadamente, e conter a violência (Respeito Físico).
2. Respeito pelos sentimentos e emoções das outras pessoas, e assumir as responsabilidades pelos meus próprios (Respeito Emocional).
3. Ser honesto, usar formas respeitosas de comunicação com os outros, ouvir o que os outros me dizem (Respeito Verbal)
4. Respeitar o direito, meu e dos outros, a privacidade, solitude, silêncio, e segurança em seus espaços pessoais, e combinar o uso dos espaços comuns (Respeito Territorial)
5. Cuidados com a propriedade individual, comum e comunitária (Respeito Material)
6. Respeito pela diversidade pessoal de idade, sexo, origem, orientação sexual, práticas espirituais, e capacidades físicas e mentais (Respeito pela Diversidade)
7. Respeito pela estrutura comunitária e processo de tomada de decisões por consenso (Respeito Comunitário).

Sete Áreas de Responsabilidade

1. Estar consciente da minha atenção às reuniões comunitárias.
2. Responsabilizar-me por comunicar minhas idéias e sentimentos.
3. Contribuir com tempo e energia para a comunidade na forma de parcelas de trabalho e trabalho diário ou tarefas, e negociar a duração e termos de qualquer redução na participação comunitária que eu possa requerer.
4. Servir como um membro colaborador de um comitê e da equipe de planejamento durante minha rotação.
5. Estar aberto e consciente a respeito de minhas responsabilidades financeiras.
6. Informar a comunidade sobre convidados ficando longos períodos de tempo e qualquer mudança em mi a situação pessoal que afete a comunidade e/ou minha disponibilidade de contribuições.
7. Prontamente informar as pessoas apropriadas sobre qualquer violência ou violação do "R&Rs" que eu testemunhe.

Passos para a Resolução de Conflitos

1. Comunicação direta um-a-um entre as partes envolvidas. Se um indivíduo sente-se inseguro, ir direto para o #2, abaixo. Se qualquer indivíduo testemunhar ou experienciar um flagrante de violência, ir direto ao #3, abaixo.

2. Sessão(ões) de Escuta e Limpeza. Cada pessoa envolvida no conflito convida um membro da comunidade que confia para a sessão como seu defensor e os 4 indivíduos trabalham para a resolução.

3. Consulta com o Comitê responsável pelo "R&Rs". Defensores/grupo de resolução podem consultar o comitê para assistência quando os passos #1 e #2 não obtiveram sucesso. Se as partes envolvidas não estão querendo resolver o conflito, o comitê solicitará que eles se comprometam com um contrato de auto-empoderamento com a comunidade.

4. Contrato de Auto-empoderamento. As reuniões em questão se darão num mês para escrever e apresentar a comunidade, um plano de ação que esboce como a pessoa fará as mudanças necessárias na sua vida. A comunidade receberá atualizações mensais e este contrato terá a duração de 5 meses. No final deste período haverá uma notável melhoria da situação ou a comunidade procederá com o #5, abaixo.

5. Reunião de Ação Comunitária. No caso de um sério flagrante de violação, a comunidade poderá vir para este passo diretamente. No caso de que todas as outras tentativas de resolução tenham falhado, e onde a(s) parte(s) em questão não tenha cumprido seu Contrato de Auto-empoderamento com a comunidade, e está então demonstrando uma falta de comprometimento com a comunidade, uma Reunião de Ação Comunitária será convocada. A parte envolvida deve ir a esta reunião, mas não estará envolvida no processo de decisão. Se o resto do grupo obtiver
consenso, a parte envolvida poderá ser excluída e sua associação com a Comunidade AS revogada.

6. Falta de Consenso. Se o consenso não for alcançado pela Reunião de Ação Comunitária, a equipe de planejamento irá se reunir com a(s) pessoa(s) que bloquearam a proposta e a(s) pessoa(s) que violaram o Contrato de Auto-empoderamento para buscar uma solução.


Política de Animais de Estimação, Abundant Dawn

A Política de Animais da Abundant Dawn, embora inacabada, demonstra que tipo de pensamento amplo e profundo os membros da comunidade devem ter quando lidam com assuntos especialmente controversos, como animais de estimação. Eu sugiro que você use isso como um ponto de partida quando considerar os assuntos itens de sua própria política de animais. (Sim, vocês precisaram de uma.)

Termos especiais: "galho", uma subcomunidade ou vizinhança dentro da comunidade maior; "lado selvagem", a parte da propriedade mais íngreme, florestada; "lado suave", as partes de declives leves e pastos que eles pretendem desenvolver.

Este documento abrange nossos acordos sobre cães, gatos e animais de estimação domésticos. Ele não abrange nossos acordos sobre animais de pastagem, como vacas, sejam quer eles sejam ou não animais de estimação.

Animais de Estimação em Geral: Nós concordamos em expressar claramente aos visitantes e membros em potencial nossa preocupação em se ter animais de estimação nesta terra por causa da vida selvagem, poluição sonora, padrão de qualidade de vida, etc. Nós concordamos em escrever nossas experiências e discussões sobre isso, para que os novos membros entendam o "por quê" de nossos acordos.

Nós não teremos animais no lado selvagem, exceto, o que está fora de nosso controle, os gatos "externos".

Cachorros: Cada galho terá 1.5 cota de cachorro (uma cota representa o direito de ter um cachorro). Cotas podem ser emprestadas, guardadas, vendidas ou negociadas entre os galhos. Entretanto, as cotas não podem ser transferidas permanentemente, mas no máximo durante a vida do animal em questão. As cotas de cachorros (assim como as limitações dos cachorros) são aplicáveis tanto a cachorros que moram dentro quanto aos que moram fora das casas.

Haverá um processo de se tornar membro para cada cachorro.

Nós não teremos cachorros correndo soltos pela propriedade. Eles devem ser levados na coleira, e somente no lado suave da terra. Nós não teremos cachorros no lado selvagem.

A comunidade irá construir um canil cercado (possivelmente de 0,5 a 0,75 acre) no qual os cães possam correr e brincar, com uma certa dose de supervisão humana a ser determinada em deliberações futuras.

Haverá uma taxa regular para os donos de cachorros (aplicável aos cachorros que morem dentro ou fora das casas) que será usada para pagar a construção do canil, sua manutenção e da cerca, e outras despesas relativas aos cachorros. Os donos de cachorros serão responsáveis pela construção e manutenção do canil. "Galhos" inteiros não poderão ser cercados. Mas pode haver uma área cercada dentro do galho para o cachorro.

Donos de cachorros serão responsáveis pelo cuidado e controle de seus cachorros.

Cachorros que latem demais ou são agressivos com as pessoas, não podem viver aqui.

Os donos dos cachorros devem cuidar dos cocôs deles, mantendo os caminhos limpos.

Os cachorros devem ser vacinados.

Os cachorros devem ser esterilizados/castrados.

Barulho, cheiros, pulgas e outras perturbações de cachorros serão resolvidas pelos donos para a satisfação da comunidade. Eles preveniram as pulgas por método a sua escolha. Se não for suficiente, os donos devem estar abertos a receber feedback e mudar o método de tratamento para um mais efetivo.

Gatos: Definições. Gatos "externos" significa gatos que não vivem presos em espaços internos (mas que também podem ter acesso a espaços internos). Gatos "internos" significa gatos que vivem dentro de construções e/ou jardins com uma efetiva cerca de gatos.

Cada galho terá 1 cota de gato (uma cota representa o direito de ter um gato). Cotas podem ser emprestadas, guardadas, vendidas ou negociadas entre os galhos. Entretanto, as cotas não podem ser transferidas permanentemente, mas no máximo durante a vida do animal em questão. As cotas de gatos (assim como as limitações dos gatos) são aplicáveis somente aos gatos externos. Não existem limitações para gatos internos, exceto quando houver problemas com barulho, cheiros, pulgas, etc.

Haverá um processo de se tornar membro para cada gato externo.

Gatos externos devem usar um sino para minimizar os efeitos na vida selvagem.

Todos os gatos devem ser esterilizados/castrados. Uma variação pode ser aplicada para os gatos internos.

Barulho, cheiros, pulgas e outras perturbações de cachorros serão resolvidas pelos donos para a satisfação da comunidade. Eles preveniram as pulgas por método a sua escolha. Se não for suficiente, os donos devem estar abertos a receber feedback e mudar o método de tratamento para um mais efetivo.

Os gatos devem ser vacinados.

Donos de gatos externos irão tratar de assuntos de brigas de gatos de modo aceitável, possivelmente criando turnos de confinamento para seus gatos.

Assuntos Futuros: Abundant Dawn ainda está no processo de decidir os padrões de cuidados com os animais de estimação. Assuntos a serem ainda decididos: Qual a quantidade mínima de espaço na qual cães e gatos de diversos tamanhos podem ser confinados? Sobre quais circunstâncias a comunidade pode intervir se suspeitar de maus tratos ou abusos?

A comunidade ainda não escreveu uma política a respeito de outros animais além de cães e gatos.

Extraído do livro: Crating a Life Together - Apêndice 2
Traduzido ao português pela ENA-Brasil - Rede Brasileira de Ecovilas

Fonte:
http://permacoletivo.files.wordpress.com/2008/05/exemplo-de-acordos-comunitarios.doc


- Veja também:
Pontos Guia para o Desenvolvimento de Ecovilas
Acordos & Políticas: "Bons documentos fazem bons amigos"
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...