29 de janeiro de 2014

A Serralha



Pesquisa de Adrian Rupp

Nome Científico: Sonchus oleraceus L.

Família: Asteraceae

Sinônimos científicos[3]:
Sonchus mairei H. Lév., Sonchus ciliatus Lam., Sonchus jacinthoides DC., Sonchus parviflorus Lej.

Nomes populares[3]:
chicória-brava, ciúmo, serralha-branca, serralha-lisa, serralheira, cerraia[1].

Origem: Europa[1]

Descrição[3]:
herbácea anual, ereta, lactescente, de textura um pouco carnosa, glabra, pouco ramificada, de 40-110 cm de altura. Folhas sésseis, as superiores inteiras, as inferiores, irregularmente partidas, de base auriculada, de 6-17 cm de comprimento. Flores reunidas em capítulos grandes, dispostas em panículas terminais. Os frutos são aquênios compridos contendo um tufo de pelos em uma das extremidades que auxilia na sua disseminação pelo vento.

- Composição nutricional[1]:
Análise química em 100g:
Energia: 19kcal  (poucas calorias)
Proteína: 2,10g (Mais proteína que a couve)
Lipídios: 0,30g (Mais lipídios que a couve)
Carboidratos: 3,50g
Fibra: 0,40g (poucas fibras)
Ca (Cálcio): 112mg (Mais Cálcio que o Chuchu)
P (Fósforo): 36,0mg
Ferro: 3,10mg (Mais Ferro que o Chuchu)
Vitamina A: 480,0mg (Mais Vitamina A que o Chuchu)
Vitamina B1: 0,07mg
Vitamina B2: 0,12mg
Niacina: 0,60mg
Vitamina C: 5,0mg (pouca vitamina C)

Clima e Solo:
Cresce espontaneamente em solos agrícolas de quase todo o Brasil, onde é considerada planta daninha[3].
A cultura apresenta um melhor desenvolvimento em condições de clima ameno[1]. Temperaturas baixas e dias curtos inviabilizam seu cultivo[1]. Em regiões propícias ao seu desenvolvimento, podem vegetar naturalmente através de sementes disseminadas pelo terreno[1].
É uma planta que não é muito exigente quanto à fertilidade do solo[1]. Possui melhor desenvolvimento em solos areno - argilosos, com bom teor de matéria orgânica, boa drenagem e pH entre 5,5 e 6,5[1].

Preparo do solo[1]:
No caso do preparo convencional, aração e gradagem, atentando-se para a adoção de práticas conservacionistas. Em seguida, efetuam-se o levantamento de canteiros e a adubação. Os canteiros deverão ter as seguintes dimensões: 1,20 m x 20 m x 0,25 m.

Época de plantio[1]:
Em regiões de clima ameno e altitude superior a 800 metros, pode ser plantada o ano todo. Nas regiões mais quentes e altitudes mais baixas, plantar no período de março a junho. A preferência é para plantios de outono-inverno.

Calagem e Adubação[1]:
A correção do solo deverá ser feita em função da análise. Corrigir o pH com calcário, para uma faixa de 5,5 a 6,5.
Na adubação de plantio é recomendado a incorporação de adubos fosfatados e de matéria orgânica. Para diferentes tipos de solos recomenda-se em média 80 a 120
kg de P2O5 / ha. Para adubação com N e K2O podem ser consideradas as doses totais respectivamente de 80 e 100 kg/ha.

Plantio[1]:
A serralha é semeada em canteiros “sementeira”, em sulcos distanciados de 25 a 30 cm e a uma profundidade de 1 cm. As sementes germinam em 10 -15
dias. Quando as mudas atingirem cerca de 7 a 10 cm de altura, são transplantadas em canteiros definitivos, no espaçamento de 30 x 30 cm. Os canteiros definitivos devem ter de 15 a 20 cm de altura, 1 m de largura e 10 m de comprimento. As mudas também podem ser produzidas em bandejas, saquinhos de papel ou por outro método.

Tratos culturais[1]:
A cultura deve ser mantida no limpo, com a realização e capinas. As irrigações devem ser feitas de forma que o solo se mantenha com a umidade necessária e garanta o bom desenvolvimento das plantas, durante todo o ciclo.

Pragas e doenças[1]:
A serralha é uma planta que, até o momento, não apresenta relatos do ataque de pragas. Raramente ocorre ataque de doenças causadas por fungos, principalmente o oídio, e manchas bacterianas nas folhas. Por isso, recomenda-se evitar o plantio em locais com pouca incidência de raios solares.
Quando possível, deve-se adotar formas alternativas ou ecológicas para prevenção e controle de pragas e doenças.

Colheita[1]:
Inicia-se aos 50 a 60 dias após a semeadura, quando as folhas estão bem desenvolvidas e tenras. É feita pelo corte das folhas mais velhas e nas horas mais frescas do dia. Repete-se a operação, em sucessivos cortes, a cada 30 dias. Geralmente, a cultura proporciona 6 cortes ou colheitas. Poderá também ser colhida toda a planta no momento que antecede a floração.
Após o corte das folhas ou de toda parte aérea das plantas, faz-se uma seleção, elimina-se as que tenham defeitos e as folhas passadas do ponto de colheita. Lavar as em água corrente e de boa qualidade. Logo a seguir, amarra-se as folhas ou plantas, em maços. Cada maço pesa 0,1 kg a 0,2 kg.
Os maços de serralha são embalados em caixas plásticas (caixa de mercado) ou engradados com 4 kg, no mercado de São Paulo. Em Minas Gerais, as embalagens contêm 2 dúzias de maços e pesam 8 kg. O transporte deve ser feito à noite, visando evitar o calor do dia. Pode produzir algo como 6.400 dúzias de maços/ha ou 15.300kg/ha


Uso Alimentar

Planta muito saborosa, da família do alface, da chicória e outras hortaliças consagradas, como o picão e do dente-de-leão. Se colhida e consumida no inverno ou na primavera, antes da floração, tem sabor levemente amargo, pouco látex e folhas tenras. Associada a comidas pesadas, como feijão ou carnes, cozida ou crua, facilita a digestão.[2]
Seu consumo é feito em saladas, quando as folhas estão bem tenras, ou refogadas.[1]


Uso Medicinal[3]

É considerada anti-inflamatória e diurética, sendo empregada contra anemia carencial, astenia e como auxiliar no tratamento de problemas hepáticos e biliares. Externamente é usada contra dores de origem reumática e como cicatrizante. O decocto das folhas é antidisentérico e antidiarreico; o látex em uso externo cura terçóis.

Para problemas estomacais, hepáticos e intestinais é indicada na forma de chá, preparado adicionando-se água fervente em uma xícara (chá) contendo 1 colher (sobremesa) da planta fresca picada e ministrando-o na dose de 1 xícara (chá) antes das principais refeições. Contra cistites, edemas, afecções das vias urinárias e como diurético, é indicado o seu chá, preparado com duas colheres (sopa) da planta fresca picada em 1/2 litro de água em fervura durante 5 minutos, administrando-se à vontade durante o dia até as 17 horas.

É recomendada também em uso externo contra feridas, chagas, pruridos, eczemas, úlcera varicosa e escaras na forma de compressas, preparadas amassando-se em pilão 3 colheres (sopa) da planta fresca picada, adicionando-se 1 colher (sopa) de glicerina e misturando-se bem até formar uma pasta, que deve ser esparramada em gaze e aplicada 2-3 vezes ao dia na área afetada.

Fontes:

[1] Manual de Hortaliças não-convencionais, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2010.

[2] Cartilha BIODIVERSIDADE PELA BOCA, 2009.

[3] Plantas Medicinais no Brasil - Nativas e Exóticas, Harri Lorenzi e F.J. Abreu Matos, 2002.


23 de janeiro de 2014

Palavras-Chave para a Autossustentabilidade

Por Adrian Rupp


Lista de expressões sobre conhecimentos e técnicas para a autossustentabilidade.
Com certeza não esgota o tema mas pode ser um ponto de partida e apresentar novas alternativas.

Água:
SODIS, Destilador solar, filtro de areia, carneiro hidráulico, canos de bambu, açude, cisterna, banho de aspersor, aquecedor de mangueira, água da chuva,

Alimentação:
PANCs (plantas alimentícias não-convencionais), Agricultura Orgânica, Meliponicultura (criação de abelhas nativas), Compostagem, Fogão Solar, Secador Solar de alimentos, geladeira do deserto (pot-in-pot), horta vertical, agrofloresta, planta indicadora, Agroecologia, galinheiro móvel,

Saúde:
Plantas Medicinais, Urinoterapia, cura pelas mãos, salmoura, bonsai, kefir, farinha de casca de ovos, caixa de energia orgônica, carvão ativado,

Transporte:
Bicicleta, furoshiki, biocombustível, Parapente, Doma racional, Off-road,

Moradia:
Bioconstrução, superadobe, adobe, bioarquitetura, permacultura, bambu, Bason, sanitário seco, marcreto, Yurt,

Têxtil:
Trico, Trico de dedos, crochê, roca, angora, algodão, agave(sisal), Boehmeria nivea(rami), Musa textilis, Linum usitatissimum, Phormium tenax, Linum usitatissimum, Cocos nucifera, Cannabis ruderalis,

Energia:
Fotocélula, Gerador Eólico, moinho-barril, biodigestor, monjolo, corda (mola),

Telecomunicações:
Informática autossustentável, redes livres, walkie-talkie, rádio amador, sinal de fumaça, pombos correios, Cantenna,
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