Por ABRA144
Considerações gerais
A conservação da energia é uma premissa permacultural que nos orienta para o desenho do local e o posicionamento das instalações, sendo a observação preliminar do relevo e da geografia local que determina as condições do projeto:
1. deve ser evitado, quanto mais possível, a utilizacão de fontes de energia externa como eletricidade para acionar bombas de sucção;
2. deve ser reduzido, quanto mais possível, o trasporte manual de matérias-primas ou curtidas, criando-se uma rede de esgoto e de distribuição do biofertilizante;
3. deve ser reduzido ao mínimo o trabalho de manutencão e limpeza dos equipamentos.
Entendemos por Zona 1 a área de circulação onde desenvolve-se as tarefas diária dentro do sistema de criacão de animais e plantios de curto prazo. O ponto vital de partida do sistema é o abastecimento de água, captada da nascente que fornece água potável. Esta localizada no ponto mais alto do sistema, assim todos os pontos de consumo recebem água por gravidade. Nesse ponto aplica-se um pré-requisito dos princípios básicos da Abra144: Todas as águas de manancial utilizadas dentro da comunidade devem ser devolvidas à terra sem contaminação alguma. O percurso completo da água com a utilizacão, reutilizacão e a devolução descontaminada à terra representam um processo que tem como ponto central o biodigestor. Vamos analizar onde essa água é utilizada, reutilizada e devolvida com tratamento apropriado. Os pontos principais de consumo são:
1. a casa comunitária – as águas de chuveiro, com uso reduzido de sabões umidifica o terreno circunstante beneciando plantios; – as águas cinzas das pias de cozinha com uso reduzido de detergentes e muitas sobras de alimentos são canalizadas diretamente para o galinheiro; – as águas negras do sanitário são canalizadas para o biodigestor;
2. o galinheiro – o esterco de galinha é tratado in loco comum a cama de decomposição onde incorpora-se, restos vegetais e folhas secas esmiuçados, sendo periodicamente essa cama retirada para adubação das fruteiras, e o piso de cimento é lavado de mangueira com a água que, por um ralo,canaliza-se para o biodigestor.
3. o estábulo – todos os dias o piso de cimento é lavado com água, que pela inclinação do mesmo, direciona a biomassa para as canalizações que levam ao biodigestor.
Esses três pontos de consumo de água se colocam acima do biodigestor, para responderem à condição de conservação da energia. Por sua vez o biodigestor recebe a água por gravidade e aqui é tratada para reutilizacão em forma de biofertilizante no seguintes pontos colocados abaixo do biodigestor:
1. casa de verduras – logo abaixo do biodigestor, a estufa é regada com água de chuva e biofertilizante, mantendo o solo sempre rico em nutrientes;
2. plantio em curvas de nível – 2 hectáres de plantações de curto ciclo e 1 hectáre de floresta de frutas recebem biofertilizante e água de chuva armazenada, por tubos e mangueiras distribuidas para cubrir a área toda.
A importância do biodigestor
O ponto central da rede de saneamento e reaproveitamento da água é o biodigestor. No mesmo fluem todos os esgotos contaminantes para serem tratados e devolvidos à terra cumprindo com o princípio de sustentabilidade. É muito comum dizer que o biodigestor é um equipamento caro e o modelo indiano é mais caro ainda. Isso é falado como se o equipamento fosse algo a mais, secundário e dependente da boa vontade do seu usuário. Não é. A essa altura da nossa situacão global, que exige sempre mais, um esforço empenhado em reduzir o nosso impacto ambiental e economizar energia, o biodigestor torna-se uma peça fundamental do ambiente rural, de pequenas comunidades do interior e até de conjuntos urbanos. O biodigestor é tão fundamental quanto o sanitário e a água encanada, e, do nosso ponto de vista, até mais do que a instalação elétrica. Por essas razões e outras ainda, que implicam além das questões ambientais, fatores sociais e culturais, o biodigestor não pode ser definido por seu custo, mas por sua necessidade imprescíndivel nos ambientes com escoamento de dejetos poluentes.
A opção entre o modelo indiano e o chinês
Num primeiro tempo a decisão de construir o modelo chinês na Abra144 foi orientado mais pela disponibilidade de literatura sobre esse mesmo modelo, mas, na medida que novas informações de experiências e descrições foram chegando em nossas mãos, a dúvida e a curiosidade impulsionaram uma visão mais ampla do assunto. Comparações e avaliações foram trabalhadas com insistência sobre a decisão final, que, quando chegou foi definida e clara. Isso não quer dizer que o biodigestor indiano seja melhor que o chinês. Acreditamos com firmeza na validade dos dois. A nossa opção foi determinada por caraterísticas peculiares da Abra144, que coloca-se no ambito social como um projeto multiplicador de experiências sustentáveis. Abra144 é visitada em busca de informações, técnicas e práticas com foco ambientalista. Por isso além do uso e da funcionalidade interna procura-se a possibilidade de compartilhar e expandir externamente a nossa atuacão.O biodigestor chinês tem uma grande vantagem em seu custo reduzido e na sua simplicidade de construção. Há lugares e situações onde isso é um fator determinante. Onde haja recursos limitados e principalmente uma necessidadede saneamento básico e de biofertilizante o modelo chinês é o mais indicado. O biodigestor indiano encontra o seu ponto a favor num aproveitamento do gás mais aprimorado e uma visibilidade do processo mais imediata pelo movimento da campânula. Onde deseja-se um aproveitamento maior dos recursos energéticos do biogás esse modelo torna-se uma opção mais apropriada.
Fonte:
http://br.groups.yahoo.com/group/sustentacomuni/message/16
- Veja também:
A Comunidade Alternativa
Captação de água
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oi, gostaria de poder postar um evento por aqui com relação a uma comunidade que estamos formando aqui em roraima amazonas, semelhate a abra144, entrem em contato por favor.
ResponderExcluirpmmprado@bol.com.br PRECISAMOS AJUDA !!!!!!!