17 de janeiro de 2010

As Plantas Medicinais

Por Moacyr Pezati Rigueiro

COMO RECONHECER AS PLANTAS MEDICINAIS

É preciso ter muito cuidado para não confundir uma planta com outra e acabar usando a planta errada. Trocar uma planta medicinal por outra parecida e venenosa pode levar à morte.

Confundir plantas não é muito difícil, porque algumas são realmente muito parecidas no tipo de folhagem, de flores e até no cheiro. Além disso num país tão grande como o Brasil, a mesma planta pode ter mais de um nome popular, conforme a região; por exemplo, a planta que no sul do país é chamada de erva-cidreira, tem outro nome no norte ou no nordeste.

Para evitar esses erros, os botânicos (cientistas que estudam os vegetais) classificam as plantas em grupos e dão a cada uma um único nome, que é o mesmo no mundo inteiro.

Essa classificação em grupos é feita de acordo com as semelhanças entre as várias plantas. Um certo número de plantas semelhantes forma uma família. Cada familia é formada por vários grupos menores, chamados Gêneros. Cada gênero, por sua vez, agrupa várias espécies. Algumas plantas, mesmo sendo da mesma espécie, mostram algumas diferenças entre si, sendo portanto de variedades diferentes. Toda essa classificação termina por dar a cada planta um nome, ou melhor, "nome e sobrenome"; é o chamado nome científico. Esse nome é sempre escrito em latim, com letras grifadas, sendo o primeiro nome o do Gênero (letra inicial maiúscula) e o segundo o da espécie (letra inicial minúscula). Às vezes ainda há um terceiro nome, o da Variedade.

Para que se entenda melhor, tomemos como exemplo a família das Umbeliferas. Essa família agrupa algumas plantas que dão flores e sementes em umbelas (daí o nome da família). Umbelas são aqueles "cachos" parecidos com um guarda-chuva, que podem ser vistos na erva-doce, no anis, na salsa e em muitas outras plantas. Por isso elas são da mesma família.

Como outro exemplo, tomemos a hortelã e o poejo. Elas são plantas da mesma família, a das labiadas. As duas pertencem também ao mesmo gênero, o gênero Mentha. A única diferença é que são de espécies diferentes, tendo portanto o segundo nome ("sobrenome") diferente. A hortelã chama-se Menthai crispa e o poejo Menthai pulegium. Não existe outra planta com o mesmo nome científico em nenhum lugar do mundo.

Não há dúvida de que isso tudo é muito complicado e que só mesmo um botânico pode saber o nome científico, ou pelo menos a que família uma planta pertence. Mas também não há dúvida de que isto pode nos ajudar a encontrar uma determinada planta em farmácias que vendem ervas. É só conferir no pacote ou no frasco o nome científico para ter certeza de que não estamos comprando a planta errada. Na prática, é claro que todos sabem reconhecer o alho, a cebola, a
hortelã, a salsa, a arruda e o alecrim, que são plantas cultivadas em qualquer horta, jardim ou mesmo encontradas para vender nas feiras e mercados. O problema é reconhecer as plantas mais raras ou aquelas que não são cultivadas na região onde se mora. Para isso são úteis os livros de plantas, ou as revistas de hortas e jardins, porque costumam trazer as fotografias ou os desenhos de cada planta, com o nome científico também. Quem se interessa pelo assunto em pouco tempo estará familiarizado com os mais diversos tipos de plantas, podendo facilmente reconhecer qualquer uma delas. Se a pessoa vai colher a planta no campo, no jardim ou mesmo comprá-la em qualquer lugar, se tiver a menor dúvida no reconhecimento, é melhor não usar aquela planta.


COMO COLHER E GUARDAR AS PLANTAS MEDICINAIS

A maioria das plantas pode ser guardada depois de secas por até um ano. Depois de um ano, começam a perder suas qualidades.

Todo o cuidado é pouco quando lidamos com a saúde. Se vamos usar as plantas como remédio, é importante que sejam limpas e livres de bichos, mofos ou venenos.

COLHEITA: Primeiro confira qual a parte da planta que deve ser usada (folhas, flores, flores, frutos, raízes, casca ou toda a planta), pois isso pode definir em que época do ano será melhor colher. Em geral, as folhas têm mais princípios ativos (são mais concentrados) na época da floração e as raízes na época do outono ou inverno, quando a planta tem menos folhas ou perde todas (período de dormência da planta). As flores devem ser colhidas assim que começarem a abrir.

A colheita deve ser feita de maneira a proteger a planta o máximo possível, principalmente se a pessoa vai colhê-la no campo, onde nasce espontaneamente. Não arranque a planta toda se for usar somente as flores ou as folhas. Deixe alguns brotos e ramos para que a planta possa continuar seu crescimento. Se precisar arrancar toda a planta, cuide para sempre deixar algumas delas no local, para que possam multiplicar-se e serem encontradas novamente no futuro. Muitas plantas correm risco de desaparecer para sempre de um lugar se não forem protegidas. Espalhe sementes ou plante galhos (caso a planta se multiplique por galhos ou estacas). De preferência, cultive suas plantas em jardins, vasos ou hortas, pois é mais fácil ter certeza de que não estarão poluídas e de que não serão destruídas totalmente. Procure não cortar a raiz principal, senão a planta morre; tente arrancar somente as raízes
laterais, menores.

Verifique sempre se o local não é irrigado com água poluída, sé não há poluição de fábricas ou de automóveis, como nas beiras de estradas, ou perigo de envenenamento com agrotóxicos por estar perto de roças e plantações.

Não colha plantas doentes ou com bichos. Despreze as partes que pareçam muito sujas ou comidas por insetos.

Não colha em dias chuvosos, úmidos; espere o orvalho secar, porque a umidade facilita o aparecimento de mofos.

Se a planta estiver muito empoeirada ou suja de terra, lave cuidadosamente com água limpa, escorra bem e enxugue com um pano seco.

SECAGEM: Para a secagem, primeiramente separe cada tipo de planta. Depois de secas, é mais dificil a separação. Coloque sobre uma tela ou peneira, de plástico ou pano, evitando as de metal, que podem enferrujar. Coloque para secar em local bem iluminado mas sem sol direto, bem ventilado. Se necessário, cubra com outra tela fina para impedir que o vento espalhe as plantas. Procure deixar bem espalhadas as partes a serem secas, porque facilita a evaporação da água.

Em geral a secagem demora poucos dias, dependendo do tipo de planta e do local. As folhas bem secas tornam-se quebradiças. Não se esqueça de proteger da poeira ou de qualquer coisa que possa estragar ou contaminar as plantas (cheiro de tintas, venenos, fumaças, calor intenso etc.).

Os frutos e raízes devem ser picados em pedacinhos bem finos para facilitar a secagem, porque contêm mais água que as folhas e flores.

ARMAZENAMENTO: Depois de muito bem secas, as plantas devem ser colocadas em vidros muito bem limpos e secos, de preferência escuros (porque a claridade destrói alguns princípios ativos) e muito bem fechados. Cole uma etiqueta ou papel no vidro, como um rótulo, com o nome da planta e a data em que foi colhida (pode também escrever a data em que ela perde o valor, ou seja, um ano depois de seca, e mesmo para que serve aquela planta: isso facilita o uso). Verifque sempre antes de usar a planta seca se não apareceram bichos ou fungos (bolores), que podem ser venenosos. Se estiver mofada, com cheiro diferente do normal, não use: jogue fora e prepare outra porção. Muito cuidado com as crianças; deixe sempre esses vidros (e todas as plantas e remédios) em lugar onde não consigam pegar sozinhas.

E importante marcar no rótulo se alguém da casa não pode tomar preparados daquela planta por causa de alergia ou de outra contra-indicação.


COMO USAR AS PLANTAS MEDICINAIS

O preparo de qualquer medicamento feito com plantas medicinais deve permitir preservar ao máximo o fito-complexo e principalmente o princípio ativo. Por isso, preste sempre atenção às receitas para não fazer chás das partes erradas da planta (usar raiz em vez de flores, por exemplo) ou ferver plantas que devem ser usadas cruas.

Principais tipos de preparados

INFUSÃO: Para preparar uma infusão, ferva a água e despeje sobre a planta a ser usada (a planta deve estar bem cortada em pedacinhos, para facilitar a extração dos princípios ativos). Deixe em infusão por alguns minutos, em geral 10 minutos, depois coe ou filtre. Conforme a planta, pode-se tomar quente ou fria, adoçada ou não. Use sempre vasilhas de vidro temperado, porcelana, louça ou cerâmica (barro), nunca use alumínio. Durante o tempo de infusão, pode-se
deixar o recipiente tampado.

DECOTO: O decoto é outra maneira de preparar plantas medicinais, mas que ao contrário da infusão, exige que a planta seja fervida na água durante algum tempo. Também não deve ser feito em recipientes de alumínio. Depois de ferver pelo tempo indicado, em geral deixa-se em infusão por mais alguns minutos, para que a extração dos princípios ativos se complete. Então coa-se ou filtra-se.

NIACERADO (TINTURA): Para preparar uma tintura, a planta deve ficar alguns dias em maceração (de molho) em um líquido, que pode ser vinho, vinagre, óleo, aguardente, conhaque, ou outra bebida alcoólica ou mesmo álcool puro. As tinturas feitas em álcool não devem ser usadas para beber, porque o álcool comum pode ser tóxico. Se for para tomar uma tintura, use um bom aguardente ou vinho, se não encontrar álcool puro de cereais para preparo de licores e
bebidas em farmácias. As tinturas são mais fortes que as infusões e decotos, por isso são usadas em doses menores. Evite dar às crianças, por ser
bebida alcoólica.

SUCO: O suco em geral é feito com a planta ou frutos frescos. Esmague muito bem a planta e então esprema fortemente com um pano limpo, para retirar o líquido. Pode ser usado o liquidificador ou a centrífuga, além dos espremedores de frutas.

CUIDADOS: As infusões e os decotos devem ser preparados de preferência na hora de tomar. Mas você pode deixar pronta a quantia que é usada num dia, guardando em local fresco e em vasilhas bem fechadas. Não guarde por mais de um dia. Para aplicar o suco de plantas frescas em ferimentos, é preciso que elas estejam muito bem limpas, para evitar infecções. Para matar micróbios,você pode deixar as plantas de molho por meia hora em água com vinagre (meio copo de vinagre por litro de água), enxaguando bem depois com água limpa. Todo ferimento profundo, principalmente com pregos, ferros e madeira,
pode causar o tétano. Procure imediatamente um posto de saúde para ser vacinado. O mesmo deve ser feito com mordidas de cachorro, que podem
causar a raiva. Não tente tratar picadas de aranhas, escorpiões e cobras com remédios caseiros, porque há risco de vida (o tratamento é feito com
o soro específico que combate o veneno de cada bicho). Todo ferimento deve ser muito bem lavado com água e sabão, mesmo que doa.

Para adoçar os preparados, use de preferência o mel de abelhas. Os diabéticos não devem usar nem açúcar nem mel; se não querem beber sem adoçar, podem usar adoçantes naturais como o steviosídeo ou os artificiais.

Para evitar que a água do decoto evapore totalmente durante a fervura, mantenha a vasilha tampada ou prepare uma quantidade maior de cada vez, já que neste manual as receitas em geral são para uma dose só.


COMO FAZER AS MEDIDAS

As medidas usadas neste manual de forma abreviada são o grama (g) e o mililitro (ml). Assim, 5g que dizer cinco gramas e l00m1 quer dizer cem mililitros. Cada quilo tem mil gramas e cada litro tem mil mililitros.

E difícil encontrar balanças que pesem pequenas quantidades como um ou dois gramas. Se você conseguir pesar l00g de uma planta muito bem picada ou em pó, conseguirá "pesar" de maneira aproximada as quantidades menores que precisar.

Por exemplo, pese 100g da planta que vai utilizar. Se dividir em duas partes iguais, terá duas porções de 50g cada. Se dividir em 10 porções
iguais, terá 10 montinhos com lOg cada. Se dividir a porção de 50g em 10 montinhos iguais, terá dez porções de 5g cada. E se dividir um montinho
de lOg em cinco partes, terá cinco porções de 2g cada. Dessa maneira, é possível obter pequenas porções mesmo sem ter uma balança especial.

O mesmo você pode fazer com as medidas de líquidos. Usando uma garrafa de refrigerante litro ou um saquinho de leite, por exemplo, você pode medir l.000m1. Basta encher o litro ou saquinho com água e depois dividir em partes iguais, usando copos ou outros recipientes que você tenha em casa. Assim, se você dividir em duas partes iguais, terá duas medidas de 500ml (meio litro). Se dividir em 10 partes iguais, terá 10 medidas de l00ml. Você pode então fazer uma marca no copo ou vasilha onde cabem os 100m1, com tinta ou esmalte de unha, guardando como medida; cada vez que precisar de apenas 100 ml,
é só encher de água a sua medida, sem necessidade de repetir sempre a divisão em partes iguais.

Outra maneira simples de fazer essas medidas, é usando colheres de café, de chá, de sopa ou ainda copos e xícaras. Mas é menos confiável porque, dependendo da fabricação, uma xícara ou colher de café, por exemplo, podem ser menores ou maiores (compare xícaras de fabricantes diferentes para ver como é difícil encontrar duas iguais). Apesar disso, é muito prático e as diferenças não são tão grandes a ponto de causar preocupações.
Assim: uma colher de café corresponde a 2 g.
uma colher de sopa corresponde a 5g.
uma xícara de café corresponde a 50m1.
uma xícara de chá corresponde a l00m1.

Dose de acordo com a idade

Neste manual, quando não estiver especificado, as receitas são destinadas a pessoas adultas, ou seja, de 21 a 50 anos. Para as outras idades, corrigir as doses de acordo com esta tabela:

maiores de 50 anos: dar 3/4 da dose.
de 14 a 20 anos: dar 2/3 da dose.
de 10 a 14 anos: dar 1/2 da dose.
de 5 a 10 anos: dar 1/4 da dose.
de 3 a 4 anos: dar 1/6 da dose.
de 2 a 3 anos: dar 1/8 da dose.
menores de 2 anos: dar 1/15 da dose.

Estes números indicam em quantas partes deve ser dividida a dose e quantas partes devem ser tomadas. O primeiro número representa sempre quantas partes são tomadas e o segundo número em quantas partes você deve dividir. Assim, 3/4 significa que você deve dividir a dose recomendada na receita em 4 partes e dar ou tomar somente 3 partes. 1/8 significa dividir a dose em 8 partes e tomar apenas uma.

Fonte:
http://www.scribd.com/doc/7020242/Manual-Ilustrado-de-Plantas-is

- Veja também:
Formas Básicas de Preparo das Plantas Medicinais
A Cebola

8 de janeiro de 2010

Como ter um orgasmo durante o parto

Por Andres Vera

O eco dos gritos de dor reverbera pelas salas de parto. Sem anestesia, a mãe que dá à luz sente um desconforto tão grande que já foi classificado como a pior dor que existe. Enquanto métodos alternativos e menos dolorosos ganham novos adeptos, uma nova corrente surge para provar que qualquer mãe pode não só sublimar a dor como ter um orgasmo durante o parto. O movimento informal ganhou o nome de Orgasmic Birth (Parto com Orgasmo) e serviu de inspiração para um documentário de mesmo nome. Lançado no ano passado e exibido na televisão americana em janeiro, Orgasmic Birth mostra obstetras, enfermeiras e psicólogos defendendo a ideia do prazer da mãe durante o nascimento dos filhos. Depoimentos de especialistas dividem os minutos do filme com cenas em que mães dão à luz, literalmente, em êxtase.

“O orgasmo durante o parto é um dos maiores segredos da maternidade”, diz a educadora americana Debra Pascali-Bonaro, diretora do documentário. Durante cinco anos, Debra colheu depoimentos de mães que passaram pela experiência. Os críticos da cesárea e da mecanização do parto normal assistiram ao filme com entusiasmo. Mães americanas têm compartilhado a experiência em fóruns de discussão e blogs na internet. Para se alcançar o orgasmo durante o nascimento do bebê, a mulher precisa dispensar a anestesia e encarar as temidas contrações de maneira positiva. Um ambiente calmo, distante da impessoalidade do hospital, também ajuda a deixar a gestante mais relaxada.

Mas misturar maternidade e prazer na mesma frase continua implausível para muitos. A polêmica, no entanto, não chegou à medicina. O orgasmo durante o parto não é comum, embora apareça na literatura médica. “A mulher pode ter orgasmo até durante a amamentação”, diz o médico Alberto d’Aurea, diretor do Hospital e Maternidade Santa Joana, de São Paulo. “O problema é que para atingir esse prazer, a mãe precisa estar à vontade. Muitos médicos acreditam que isso atrapalha a praticidade do procedimento”. Quando a medicina passou a priorizar a eficiência e a rapidez no parto, o prazer da mãe foi encarado com ceticismo e deixado de lado. Em entrevista a ÉPOCA, a diretora de Orgasmic Birth Debra Pascali-Bonaro comenta a repercussão do filme e dá dicas para as mães que não querem sentir dor ao dar à luz.


ÉPOCA – Como uma mulher se sente quando tem um orgasmo durante o parto?

Debra Pascali-Bonaro - Existe uma grande variedade de sensações, boas ou ruins, que a mulher pode sentir durante o parto, e uma delas é o orgasmo. Pode ser um orgasmo verdadeiro ou uma sensação orgástica ou de êxtase causado pelo movimento do bebê. É um segredo tão bem guardado que muitas mulheres, quando passam pela experiência, ficam espantadas a ponto de não contar a ninguém o que aconteceu. Estamos acostumados a uma cultura do parto dolorido e difícil. Quem não tem medo e está bem preparada pode experimentar o parto com orgasmo.

ÉPOCA – Sentir prazer no parto é apenas uma questão de vontade e preparo?

Debra - A mulher só precisa estar preparada psicologicamente, porque o corpo já está pronto. O hormônio oxitocina, conhecido como o “hormônio do amor”, ajuda a mãe a expulsar o bebê do útero e também é produzido pelo corpo durante uma relação sexual, quando a mulher está excitada. O corpo reage de maneira muito parecida nessas situações que parecem distintas, mas são complementares. O parto faz parte da sexualidade.

ÉPOCA – Isso significa que qualquer mulher pode ter um orgasmo ao dar à luz?

Debra - Não exatamente. Seria como dizer que toda mulher pode ter relações sexuais prazerosas e orgasmos a toda hora. Depende em grande parte do autoconhecimento e uma certa vontade. Não dá para atingir isso sempre. Na verdade, o corpo está preparado para isso, mas a cabeça pode não estar. Vale a mesma coisa para o parto, e esse é o objetivo do filme: simplesmente dizer que a mulher precisa estar aberta a possibilidade de um parto com prazer. Se você não conhece as opções, é como se você não tivesse nenhuma.

ÉPOCA – É possível ter um parto com orgasmo num hospital comum?

Debra - Num hospital típico é desafiador, para não dizer impossível. Mas se o hospital tiver uma sala de parto adequada, onde a mulher se sinta confortável, tenha privacidade e fique cercada de gente de quem ela gosta, é possível. A mulher precisa participar de seu parto, se sentir no centro da situação. Essa participação não significa apenas responder ao “aguente firme e faça força”. A mulher precisa imaginar onde gostaria de estar, que tipo de som ou cheiro a sala vai ter, como será a iluminação. É tomar o controle.

ÉPOCA – Um parto com orgasmo pode trazer algum benefício para a saúde?

Debra - Não existem muitas pesquisas sobre isso, mas um parto confortável diminui muito a chance da mulher ter depressão pós-parto. O que é sentido durante o parto tem um impacto muito grande na saúde da mulher nos primeiros meses de maternidade.

ÉPOCA – Você recebeu muitas críticas pelo documentário?

Debra - Eu li críticas de pessoas que não acreditaram no filme, mas nunca ninguém veio pessoalmente até mim para lançar algum desafio ou dizer que eu disse mentiras. O nome do documentário pode gerar controvérsia e chocar as pessoas, mas o conteúdo traz uma discussão muito profunda sobre a fisiologia do corpo, a interferência dos hormônios e a psicologia do parto. Pode parecer um segredo, mas é mais comum do que imaginamos.

Fonte:
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI65597-15257,00-COMO+TER+UM+ORGASMO+DURANTE+O+PARTO.html
Ou:
http://www.correiodopovo-al.com.br/v2/article/curiosidades/3034

Orgasmic Birth Movie Trailer (english):
http://www.youtube.com/watch?v=zG_6IVmXvr0

Orgasmic Birth Web Site (english):
http://www.orgasmicbirth.com

- Veja também:
Parto Ecológico, uma realidade possível
Importância da Água em Saúde Pública

6 de janeiro de 2010

Dicas de costura

por Editores do Consumer Guide
Traduzido por HowStuffWorks Brasil

Introdução

Cada ponto que costuramos nos livra de despesas com uma costureira e prolonga a vida de nossas roupas. Além disso, podemos até sentir alguma satisfação por consertarmos uma peça de roupa sem qualquer ajuda.

Neste artigo, cobriremos todos os truques básicos de costura. Você aprenderá a montar e organizar um kit de costura, enfiar a linha na agulha, trocar um botão e a fazer alguns pontos básicos de costura. Depois de ler este artigo, você já será capaz de fazer pequenos consertos com os mais apropriados para cada caso.

O primeiro passo é montar seu kit de costura - afinal, é impossível coser sem as ferramentas certas. Esta tarefa é discutida na próxima seção.


O kit básico de costura

A maior parte dos consertos pode ser feita à mão, sem uma máquina de costura. Para essas tarefas, você precisará de alguns itens essenciais, como:

* diversos tipos de botões;
* agulhas de tamanhos variados;
* linhas variadas;
* tesouras de costura;
* alfinetes e almofada de alfinetes;
* um dedal;
* fita métrica;
* presilhas, ganchos, ilhoses e colchetes;
* fita auto-adesiva;
* retalhos.

Se você ainda não tem esses artigos, tenha as seguintes dicas em mente, ao comprá-los:

* tesouras leves com 15 ou 18 cm de comprimento são as melhores. Use-as apenas para a costura;
* alfinetes com cabeças grandes de vidro ou plástico são os mais fáceis de usar. Compre os maiores que encontrar, de até 3 ou 4 cm de comprimento;
* um pacote de agulhas de pontas variadas, de tamanho médio, com orifícios redondos, apropriadas para todos os pesos de tecido;
* existem dedais de diferentes tamanhos; encontre um que se encaixe no dedo médio da mão que você usa para costurar;
* colchetes e ganchos de tamanhos variados (1, 2 e 3) e presilhas tamanhos 3/0, 2/0 e 0 resolvem a maior parte dos problemas de reposição;
* uma régua de metal para costura (vazada no meio), de 15 cm, é mais útil para costuras que uma fita métrica, particularmente para fazer bainhas, já que pode ser usada para manter-se constante a medida desejada.
* outros artigos que facilitam muito a costura incluem um abridor de casas, cuja ponta afiada e curva é usada para abrir costuras e a ponta fina é usada para retirar os fios soltos; um passador de linha, que poupa muito tempo e frustração; e uma tesoura de recorte, que tem bordas em zigue-zague, o que lhe permite aparar o tecido sem esfiapá-lo.

Além de simplesmente guardar seus aviamentos é útil organizar tudo para qualquer projeto de costura que possa aparecer.



Organização dos seus aviamentos

Organize seus aviamentos com essas dicas e truques úteis:

* mantenha um ímã pequeno em sua cesta de costura. Quando agulhas ou alfinetes caem no carpete enquanto você costura é fácil recuperá-los rapidamente com o ímã;

* agulhas podem enferrujar ou perder a ponta. Retire qualquer ferrugem com um sabão abrasivo ou lã de aço;

* deixe um pouco de linha na agulha antes de enfiá-la na almofada após a costura. Você poderá vê-la com mais facilidade e a agulha não se enfiará totalmente dentro da almofada;

* uma barra de sabão pode servir como uma ótima "almofada". Além de acomodar os alfinetes e agulhas, o sabão lubrifica as pontas, fazendo com que deslizem facilmente em tecidos duros;

* para evitar que as tesouras causem danos a outros objetos em sua cesta de costura, cubra as pontas com os protetores de borracha vendidos para agulhas de tricô;

* antes de jogar fora roupas que você não usa mais, salve alguns aviamentos reutilizáveis, como zíperes, botões ou bordas decorativas. Isso pode ser útil quando você precisar trocar um colchete;

* fios de linha parecem mais escuros no carretel, que sobre o tecido. Escolha um fio um tom mais escuro que o material no qual pretende usá-lo.

Pronta para assumir seu primeiro projeto de costura? Começaremos com uma tarefa simples: enfiar a linha na agulha.



Enfiando a linha na agulha

Enfiar linha em uma agulha é bastante simples. Mantenha a agulha ereta com uma das mãos e a gire em seus dedos até ver o orifício. Mantenha o fio cortado a cerca de 1 cm da ponta com os dedos da outra mão e o empurre através do buraco da agulha, até enfiá-la cerca de 1,5 cm além do buraco. Puxe mais ou menos 1/3 de toda a linha cortada se pretender coser com um único fio; junte as pontas, se pretende usar fio duplo para o trabalho.

Se tiver dificuldade para enfiar a linha na agulha, pode ser útil seguir esses conselhos:

# Posicione a agulha na frente de uma superfície branca, de modo que o furo fique mais visível.

# Torne a ponta da linha mais firme, umedecendo-a ou passando cera de abelha em uma das extremidades.

# Mergulhe a ponta da linha em um frasco de esmalte vermelho e deixe secar. O esmalte colorido tornará a ponta da linha mais visível e também servirá para facilitar seu deslizamento.

# Dê um jato de fixador de cabelos em seus dedos e, depois, firme a ponta da linha, rolando-a entre os dedos.

# Tente uma agulha com buraco maior ou use um passador de linha.



Fazendo o nó

Para dar o nó na linha, coloque a ponta do fio reto na parte de baixo do polegar de sua mão esquerda (ou mão direita, se você for canhoto). Segure o fio com seu polegar esquerdo e posicione a ponta da agulha sobre o fio, cerca de 1,5 cm a partir da ponta da linha. Segure a ponta da linha e a agulha no lugar com seu polegar esquerdo. Com a mão direita, envolva a ponta da agulha com o fio bem apertado, duas vezes para um nó pequeno e quatro para um nó maior.

Aperte a linha em torno da agulha entre o polegar e o indicador de sua mão esquerda. Empurre a agulha para cima, entre esses dedos, tanto quanto possível, com o segundo dedo de sua mão direita. Depois, agarre a ponta da agulha com o polegar e o indicador de sua mão direita e deslize o fio que envolve a agulha lenta e suavemente pela agulha, passando por cima do buraco e indo para baixo no comprimento do fio, em um nó apertado.

Corte a linha excessiva abaixo do nó.

Mais um botão que sumiu da roupa? Continue lendo, para aprender dicas fáceis para substituir rapidamente um botão.



Substituição de um botão

A maioria dos botões pode ser costurada com linha para costuras gerais. Os botões devem ser costurados frouxamente, para permitir espaço para a camada de roupa que contém as casas. Botões costurados muito junto ao tecido dificultam o abotoamento. Botões costurados pelos furos à roupa geralmente vêm com dois ou quatro furos. Outros tipos têm uma espécie de base atrás, na qual há um furo por onde são costurados à roupa.

Para substituir o botão com furos, você precisará de um "formador de base", que pode ser um palito de dentes ou de fósforo. Insira a agulha no tecido, pelo lado onde o botão ficará, e traga a ponta para cima 1/3 cm. Atravesse o tecido até o lado onde está o nó. Faça dois pontos pequenos para marcar o local para o botão e para dar ao seu trabalho uma base firme, o botão cobrirá o nó e os pontos.

Agora, insira a agulha através de um dos buracos do botão, pelo lado de trás. Deixe o botão cair pela agulha e pela linha até o tecido. Coloque seu "formador de base" atravessado sobre o botão. Mantenha-o no lugar com o dedo e costure sobre o palito enquanto prende o botão.

Combine seus pontos com o desenho de cruzamento da linha dos outros botões da roupa. Dê três a seis pontos através de cada par de buracos do botão, dependendo da pressão que o botão receberá. Depois, traga a agulha para cima através do tecido, mas não atravesse os furos com ela.

Retire o formador de base (o palito), mantenha o botão bem puxado e afastado da roupa e enrole a linha bem apertado, duas ou três vezes, em torno dos fios sob o botão. Insira a agulha até o lado avesso da roupa e a enfie sob os pontos do botão. Puxe a linha parcialmente através desses pontos, formando uma laçada. Insira a agulha através do laço e a puxe apertado para formar o nó. Corte as linhas bem rente ao nó.

Para substituir um botão com base, comece inserindo a agulha no lado da roupa onde o botão ficará. Traga a agulha para cima 1/3 cm e puxe o fio através do nó. Faça dois pontos pequenos para marcar o local para o botão e para dar uma base firme para seu trabalho. O botão cobrirá o nó e os pontos.

Posicione o botão na marcação com a base paralela à casa. Insira a agulha através da base e, depois, do tecido, para baixo. Costure através da base quatro a oito vezes. Tenha cuidado para manter os pontos no lado de baixo do tecido pequenos e bem feitos. Finalmente, faça um nó. Insira a agulha sob os pontos do botão, no lado avesso da roupa. Puxe a linha parcialmente até o outro lado, formando uma laçada. Insira a agulha através do laço e a puxe apertado para formar o nó. Corte os fios bem próximo ao nó.

Fazer uma bainha é outro projeto de costura que pode levar algum tempo para dominar.



Técnicas para fazer bainhas

Antes de começar sua bainha, atente para essas dicas:

* antes de fazer bainha em uma saia, vestido ou calças compridas, pendure a roupa por um dia em um cabide, para dar mais caimento ao tecido;

* é possível alisar pequenas rugas na costura de uma bainha com um ferro a vapor; não refaça uma bainha levemente enrugada; primeiro, tente ajeitá-la com o ferro;

* prendedores de roupa tipo clipe podem ser mais convenientes que alfinetes, para manter uma bainha no lugar enquanto você trabalha nela;

Leia a última seção para aprender alguns pontos básicos que lhe permitirão realizar a maior parte dos pequenos consertos em suas roupas.



Truques do ofício
As dicas a seguir ajudarão a garantir o sucesso de sua costura.

* Conserte assim que notar. Quanto mais tempo levamos para consertar algo, pior fica, em termos de pequenos consertos em roupas.

* Faça como era antes. Estude a roupa antes de consertá-la, para ver como fazer o cruzamento da linha nos botões com furos, como combinar a linha e os padrões de pontos originais.

* Passe a ferro. Passar a ferro prepara o tecido para uma costura mais uniforme, ajuda a manter as dobras planas e onde devem estar e facilita para a obtenção de resultados com aparência profissional. Ao passar a roupa, levante e abaixe o ferro com delicadeza, em vez de deslizá-lo para trás e para frente sobre o tecido.

* Siga as instruções de fábrica. Isto é especialmente importante para remendos, fechos e zíperes.



Pontos básicos de costura

Você pode fazer praticamente qualquer tipo de conserto com quatro pontos básicos. Se você nunca costurou, talvez seja bom praticar um pouco, para desenvolver a habilidade de fazer pontos uniformes e delicados em linha reta.

* Pesponto: visto de cima, o pesponto parece uma linha contínua de pontos iguais; visto do avesso do tecido, os pontos são duas vezes mais longos que aqueles de cima e se sobrepõem nas pontas. Use um fio único com nó e trabalhe da direita para a esquerda. Insira a agulha pelo lado de baixo das camadas de tecido 1/3 cm para a esquerda de onde sua costura começará. Passe a agulha para o outro lado do tecido até o nó. Insira a agulha 1/3 de cm por trás, onde o fio emerge,isto é, onde sua costura começará. Traga a agulha para cima 1/2 cm além desta inserção e puxe bem a linha. Traga a agulha para cima 1/2 cm além desta inserção e puxe a linha para o outro lado. Continue assim, formando pontos com espaçamento igual com cerca de 1/3 cm de comprimento.

* Alinhavo: o alinhavo é usado para manter duas ou mais camadas de tecido juntas temporariamente, durante provas ou modelagem. Talvez você queira alinhavar uma bainha ou punho para garantir que gostaria do comprimento, antes de completar a bainha com uma costura mais permanente. Use um único fio sem nó, para poder puxá-lo com facilidade e trabalhe da direita para a esquerda. Insira a agulha pelo lado direito e passe a agulha e linha pelo tecido, para dentro e para fora, duas ou três vezes. Pontos de alinhavo podem ter um centímetro ou pouco mais que isso, de comprimento. Puxe o fio parcialmente para o outro lado do tecido, prendendo a ponta sem nó entre seu polegar e o indicador, de modo a não puxá-lo totalmente. Reinsira a agulha e repita o processo. Deixe a linha frouxa na ponta, para poder removê-la com facilidade.

* Ponto corrido: o ponto corrido, usado para consertos delicados, costuras visíveis e franzidos é trabalhado de forma muito semelhante ao alinhavo, mas os pontos são menores e uniformes. Prenda o fio nas duas pontas com um nó. Use um fio único com nó e trabalhe da direita para a esquerda. Insira a agulha pelo lado avesso e passe a agulha e linha pelo tecido, para dentro e para fora, de modo uniforme, duas ou três vezes. Puxe a linha para o outro lado com firmeza, mas evite enrugar o tecido.

* Chuleado: este ponto é usado para prevenir o esfiapamento da borda do tecido. Use um fio único com nó e trabalhe da direita para a esquerda. Insira a agulha pelo lado de baixo do seu trabalho. Puxe a linha através do nó e insira a agulha pelo lado avesso novamente, 1/3 a 1/2 cm à esquerda do nó. Puxe a linha para o outro lado, mas não com muita força ou o tecido se enrugará. Quanto mais propenso ao esfiapamento for o tecido, mais próximos deverão ser os pontos da costura. Mantenha a profundidade dos pontos uniforme e os torne tão rasos quanto possíveis, sem afastar demais as fibras do tecido.

Veja só, costurar não é mais coisa só para vovozinhas. Seguindo as dicas e orientações simples apresentadas neste capítulo, você estará preparado para qualquer projeto que lhe surja pela frente.

Fonte:
http://casa.hsw.uol.com.br/dicas-de-costura.htm
Ou partes em:
http://manualdacostura.blogspot.com
English version (Sewing Tips):
http://home.howstuffworks.com/sewing-tips.htm

- Veja também:
Vídeos sobre Costura
As fibras naturais
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